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Projetos confirmados chegam a R$ 650 bilhões até 2012
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira tem
hoje um conjunto de investimentos avessos à turbulência
econômica mundial. Trata-se
de um bloco conciso de projetos "anticrise", de cerca de R$
650 bilhões previsto para o período 2009-2012.
É o que aponta estudo sobre
o panorama de investimentos
divulgado pelo BNDES. Estes
projetos estão concentrados
nas áreas de petróleo e gás,
energia elétrica, saneamento,
telefonia, construção residencial e rodovias.
Segundo o banco, eles são hoje o esteio da economia brasileira, pois vão impedir que a taxa de investimentos do país desabe com a crise.
"Eles estão mantidos mesmo
em meio à crise. São mais protegidos. Estão ligados à concorrência de mercado e ao desenvolvimento tecnológico brasileiro", dizem os economistas
Fernando Puga e Gilberto Borça Junior, da área de pesquisa
econômica do BNDES.
O BNDES obteve suas informações diretamente das empresas públicas e privadas responsáveis pelos investimentos.
Gás na economia
O setor de petróleo e gás é o
que mais promete investir-um
total de R$ 300 bilhões entre
2009 e 2012. Só a Petrobras,
com seu novo plano de negócios, divulgado em janeiro, responderá por 75% dos investimentos no setor.
Em telecomunicações, haveria projetos "irreversíveis" na
terceira geração de telefonia
móvel (3G), em infraestrutura
óptica na telefonia fixa e na utilização do Wimax, sistema que
oferece banda larga à distância.
Os investimentos garantidos
pelo setor de telecomunicações
entre 2009 e 2012 devem atingir R$ 78 bilhões. Eles não foram afetados pela crise, informa o BNDES.
Em setores como energia elétrica, transportes rodoviários,
logística e saneamento, a projeção de investimentos está ancorada em contratos com o governo-leilões de energia elétrica e concessões de rodovias.
Energia elétrica destaca-se,
com programas de investimento de R$ 141 bilhões no período.
Dentro desse valor estão os
projetos hidrelétricos Madeira,
Belo Monte, Estreito e Foz do
Chapecó. O investimento nestas hidrelétricas começará a ser
feito até o final de 2009.
Investimentos em termelétricas deverão atingir R$ 10 bilhões já neste ano. Pequenas
centrais hidrelétricas deverão
atrair R$ 5 bilhões em 2009.
Na construção civil, o dinheiro virá essencialmente de medidas do governo de estímulo à
construção de casas populares
-entre elas, o programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida, que pretende viabilizar a construção
de um milhão de moradias.
"Esse programa deve impactar os investimentos do setor
ainda em 2009, embora seus
efeitos sejam maiores em 2010
e 2011", diz o estudo do BNDES.
O expressivo número de lançamentos de imóveis pelas
construtoras nos últimos anos
também deverá garantir essa
expansão dos investimentos,
diz o estudo do BNDES.
Os projetos no setor de construção civil deverão compensar
uma forte retração nos investimentos familiares na construção e reforma de casas.
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