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Consumidor dos Brics tem apego a valores conservadores, diz Ibope
Estudo diagnostica que empresas devem fazer ações de "marketing família"
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O mundo em 2050 deve ter
como principais atores econômicos os Brics (sigla em inglês
para Brasil, Rússia, Índia e China), mas essa nova configuração não deverá se traduzir em
uma revolução no cultural nos
hábitos de consumo.
O resultado desse prognóstico é que as empresas que quiserem cativar os consumidores
dessas novas potências mundiais deverão investir em ações
de marketing com valores conservadores, como apego à família. A conclusão é de um estudo
realizado em parceria com o
Ibope o grupo britânico KMR.
"No Brasil, é um valor importante ser atraente para o sexo
oposto e isso se reflete na publicidade, mas na China isso é um
tabu", afirmou Roberto Lobl,
diretor de negócios do Ibope e
um dos responsáveis pelo estudo. Por causa dessas diferenças
comportamentais, diz, "quando se fala em Brics, temos que
olhar para cada um desses mercados de forma individual, mas
quem quiser atuar de forma
mais global correrá menos riscos de relacionar as suas marcas a valores conservadores.
Segundo Lobl, as empresas
estão procurando conhecer
melhor a clientela desses países
hoje para garantir o espaço nesses mercados na data longínqua de 2050.
Guerra
Essa guerra é travada nos detalhes. Enquanto no Brasil os
consumidores preferem pastas
de dente com sabores mentolados e refrescantes, na China a
preferência é por um gosto salgado no creme dental. "Culturalmente, o Brasil é mais próximo de padrões de consumo ocidentais. Isso faz com que as estratégias de marketing aqui sejam um pouco mais livres",
ponderou Lobl.
A tese de que o mundo daqui
a 45 anos será liderado pelos integrantes do Bric é sustentada
pelo do banco Goldman Sachs.
Na comparação entre indicadores econômicos, no entanto, o
Brasil sai perdendo no quesito
das taxas de crescimento. Para
este ano, a expectativa de expansão do PIB (Produto Interno Bruto Brasileiro) oscila entre 3,5% e 4%. Já, para China,
essa estimativa beira os 10%.
Na questão educacional, o
Brasil também leva a pior. De
acordo com o estudo do Ibope,
45% dos brasileiros têm nível
educacional até o ensino primário completo. Nos demais
países nos Brics, esse percentual é de apenas 2%.
"Essa diferença explica porque o índice de leitura nos jornais é tão baixo e também pesa
nas decisões das empresas",
disse Lobl.
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