São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bovespa fecha junho com perda de 10,4%

DA REPORTAGEM LOCAL

A valorização no último pregão do mês não conseguiu salvar a Bovespa de ter o seu pior desempenho mensal desde abril de 2004. Em junho, a Bolsa de Valores de São Paulo amargou perdas de 10,43%.
A alta de 1,08% registrada ontem pelo índice Ibovespa teve forte influência da apreciação das ações da Petrobras, que, por sua vez, ganharam fôlego com o novo recorde alcançado pelo barril de petróleo durante as operações.
Os papéis ON (ordinários) da Petrobras se valorizaram em 2,63%, e os preferenciais subiram 2%. Juntos, responderam por cerca de 22% do movimento total do pregão.
Em Nova York, o barril de petróleo chegou a bater em inéditos US$ 143, mas se ajustou no fim do dia e fechou a US$ 140.
A Bovespa não sofreu sozinha em junho. O mês foi bastante negativo para o mercado acionário pelo mundo. O índice Dow Jones, que agrupa as 30 ações norte-americanas de maior liquidez, caiu 10,19% no mês (ontem teve leva alta de 0,03%). A Nasdaq caiu 9,10% em junho. Em Londres, a queda da Bolsa no mês recém-encerrado foi de 7,06%.
"É difícil afirmar se a Bolsa de Valores já caiu tanto que atingiu seu fundo e agora vai entrar em um período de recuperação. O que vemos neste momento é a Bovespa refletir o cenário externo conturbado, marcado pelas preocupações com a inflação e a economia americana", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
Com as pressões inflacionárias incomodando as principais economias, teme-se que o mundo veja um novo ciclo de elevações das taxas de juros. Isso poderia acabar por afastar ainda mais os investidores do mercado acionário, preferindo arriscar menos e aplicar em títulos que pagam juros, que se tornariam mais atrativos.
Para a Bovespa, que tem 35% de suas operações realizadas por investidores estrangeiros, o cenário externo é bem relevante. E em junho, até o dia 25, a Bovespa sofria seu pior resultado em um mês no saldo dos negócios feitos com capital externo, que ficaram negativos em R$ 7,407 bilhões no período.
"O otimismo com o grau de investimento se desfez, tanto que a pontuação do Ibovespa voltou a rondar os níveis anteriores à concessão dessa nota de crédito. As pressões inflacionárias advindas da alta de preços dos alimentos e do forte crescimento da economia continuam a preocupar o mercado", diz o administrador de investimentos Fábio Colombo.
No ano, a Bovespa está com alta moderada de 1,77%.
No pregão de ontem, empresas dos setores de siderurgia e metalurgia estiveram entre as boas opções da Bolsa. A ação PN da Metalúrgica Gerdau foi um dos destaques e se valorizou em 5,05%. O papel PN da Gerdau ganhou 3,78%, e o ON da CSN subiu 1,82%.
(FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: Inflação supera todas as aplicações no 1º semestre
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.