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Para Duhalde, modelo adotado está em colapso
DE BUENOS AIRES
O presidente argentino, Eduardo Duhalde, disse ontem que o
modelo econômico adotado pela
América Latina nos últimos anos
entrou em colapso.
"É evidente que temos que mudar e que o modelo econômico
que foi colocado em vigência há
muitos anos entrou em colapso",
disse ele em um momento em que
a crise argentina já se espalhou
pela maioria dos países da região.
Duhalde se referiu às reformas
de caráter neoliberal promovidas
pela Argentina e por outros países
latino-americanos na década de
90, que incluíram privatizações,
redução dos gastos estatais e abertura de mercados a produtos estrangeiros, entre outras medidas.
O presidente admitiu que o colapso argentino contribuiu para
agravar a crise no Brasil e no Uruguai. No entanto, como esses países têm seguido as recomendações do FMI (Fundo Monetário
Internacional), a imprensa argentina e agora o próprio Duhalde já
levantam dúvidas sobre a viabilidade de implementar todas as exigências do Fundo como única forma de enfrentar a crise.
O jornal de esquerda "Página 12" citou a crise que se espalhou da Argentina para o Brasil e o Uruguai sem que houvesse uma ajuda internacional com o objetivo de evitar o contágio para sustentar a tese de que "o cumprimento das metas do FMI já não paga prêmio".
O próprio jornal "La Nación" -considerado conservador no país- questionou a decisão do FMI e do governo dos EUA de deixarem de agir como "bombeiros" nos momentos de crise. Em análise publicada na capa, o jornal lembrou que, mesmo quando o incêndio é apenas um "alarme falso, as pessoas se matam, tratando,
aterrorizadas, de escapar". (JS)
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