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AÇO
Steinbruch, presidente da companhia, diz que vai propor a outras empresas construção conjunta de unidade para placas
CSN busca concorrente para subir produção
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, pretende entrar em contato com representantes de várias siderúrgicas brasileiras para a construção em conjunto de uma nova unidade de produção de placas de aço, no valor de US$ 700 milhões.
A idéia do empresário, segundo
afirmou ontem em entrevista exclusiva à Folha, é conseguir os recursos da própria CSN, Cosipa
(Companhia Siderúrgica Paulista) e CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) para a construção
de um alto-forno em Itajaí (SC),
que teria capacidade anual de 3,5
milhões de toneladas de aço.
Atualmente, a CSN, que está em
fase de fechar uma transação com
o grupo anglo-holandês Corus,
produz 4 milhões de toneladas de
aço por ano. "Vamos ter de aumentar nossa produção no futuro, e não faz sentido a CSN, a Cosipa e a CST aumentarem suas capacidades de processar aço separadamente. Isso resultaria em excesso de oferta do produto no
Brasil", disse Steinbruch.
Os entendimentos entre a CSN e
as outras siderúrgicas, entre as
quais também a Açominas e o
grupo Gerdau, ainda não tiveram
início. Atualmente, Steinbruch
tem dado prioridade para a conclusão do negócio com a Corus.
Caso a transação seja concluída,
a primeira medida da nova empresa CSN/Corus será um investimento de US$ 300 milhões na ampliação da capacidade de extração
de minério de ferro na mina Casa
de Pedra, em Minas Gerais, e na
compra de mais equipamentos
para o porto de Sepetiba, no Estado do Rio de Janeiro.
"Depois dessa fase, deveremos
ampliar nossa capacidade de produção, conforme aumentarmos
as exportações. E a solução mais
inteligente para isso seria as siderúrgicas no Brasil fazerem um investimento conjunto." A CSN teria a opção de construir sozinha a
nova unidade em Volta Redonda
(RJ), onde estão suas principais
operações.
"Essa usina, no entanto, enfrenta problemas de logística para
abrigar um novo alto-forno", afirma o empresário.
Caso não haja entendimento
com as outras siderúrgicas, a
CSN/Corus faria sozinha a construção da unidade.
Para Steinbruch, o setor siderúrgico brasileiro enfrenta um
problema de falta de diálogo. "É
preciso haver uma sinergia no setor. Não há nada de estranho em
concorrentes serem sócios de
uma mesma unidade."
Enquanto estuda o novo alto-forno, Steinbruch tem tido encontros com investidores e analistas de mercado para convencê-los
de que a transação com a Corus
será uma fusão, e não uma venda.
No entanto, a siderúrgica brasileira se recusa a divulgar o memorando de intenções do negócio.
"Ele é sigiloso. Já publicamos um
fato relevante que resume a fusão.
As dúvidas que surgirem serão esclarecidas aos poucos."
Uma das dúvidas de acionistas
minoritários é que o acordo prevê
que a CSN terá 37,6% das ações da
nova empresa. "O importante é
que seremos os maiores acionistas após criarmos a CSN HoldCo,
uma espécie de empresa-espelho
da siderúrgica brasileira."
Os acionistas ingleses e americanos proprietários da Corus não
poderão formar um bloco único
semelhante, que resultaria no
controle da empresa (62,4% das
ações).
"Essa união de acionistas de
uma empresa inglesa não é permitida pela legislação da Inglaterra", afirmou Steinbruch.
Ou seja, o empresário criará um
bloco único dos acionistas brasileiros na futura CSN/Corus, enquanto os investidores da siderúrgica anglo-holandesa não poderão fazer o mesmo.
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