São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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CARROS

Imposto para autos de até 2000 cc cai de 25% para 16%

Governo reduz IPI de veículos para socorrer montadoras em crise

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo atendeu a um velho pedido das montadoras e anunciou que vai reduzir a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros populares e dos veículos médios. O socorro para as montadoras, que estão com os pátios lotados, foi decidido a pouco menos de dois meses das eleições e deve ajudar a aquecer o mercado automotivo.
A medida poderá reduzir o preço dos veículos, elevar as vendas, diminuir o estoque de carros e evitar novas demissões.
A partir deste mês, a alíquota do IPI para carros com motor acima de 1.000 cilindradas e abaixo de 2.000 cilindradas a gasolina cairá de 25% para 16%. Para esses mesmos carros, mas com motores movidos a álcool ou mistos, a alíquota cai para 14%.
A alíquota dos carros com motores acima de 2.000 cilindradas a gasolina vai continuar a ser de 25%, mas cai para 20% para os automóveis a álcool.
Os carros populares com motores de 1.000 cilindradas a gasolina vão continuar com alíquota oficial de 10%, mas os movidos a álcool passam a pagar 9%. Essas reduções são permanentes e devem ser publicadas no "Diário Oficial" da União ainda nesta semana.
Para incentivar as vendas dos populares no curto prazo, o governo vai reduzir temporariamente de 10% para 9% o IPI dos carros populares a gasolina até o dia 31 de outubro. Depois dessa data, a alíquota volta a ser de 10%.
A decisão foi tomada ontem em uma reunião entre o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, e representantes das montadoras.
O governo ainda não anunciou qual será o impacto na arrecadação. No primeiro semestre, a arrecadação do IPI de automóveis já acumula perda de 13,14% com relação ao mesmo período do ano passado. As vendas de carros no mercado interno caíram 18,3% até junho, segundo relatório da Receita Federal.
"É uma decisão muito importante que vai preservar empregos e desovar estoques", disse Amaral. Na semana passada, o ministro pediu às montadoras que não demitissem.
No entanto, o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Ricardo Carvalho, disse que não houve compromisso de manutenção do emprego e que o governo não pediu nenhuma contrapartida às montadoras.
"Esperamos não demitir, porque estamos adotando vários programas como demissão voluntária, férias coletivas e banco de horas, mas não temos condições de assumir esse compromisso", disse ele.
Carvalho não disse se a redução do imposto vai resultar em queda de preço aos consumidores. "Essa é uma decisão das montadoras", afirmou. Segundo ele, a distância entre o valor do IPI para carros populares, de 10%, e o para modelos mais luxuosos, de 25%, distorce o mercado e concentra 75% das vendas nos modelos populares.



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