LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um investidor espanhol está disposto a pagar R$ 250 milhões pela compra do programa de milhas Smiles, da Varig. A informação foi dada ontem à Folha pela Apvar (Associação dos Pilotos da Varig), que apresentou na terça-feira o projeto para a Fundação Ruben Berta (dona da Varig).
O dinheiro seria mais uma injeção de recursos para a nova companhia aérea que está sendo elaborada pela Varig e pela TAM. A nova empresa exigiria um investimento de cerca de US$ 600 milhões para poder operar. Ele viria a princípio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Segundo um executivo ligado às negociações, o interesse do grupo investidor espanhol, que atua no ramo de hotelaria, é ter em mãos o cadastro dos 4,3 milhões de usuários do Smiles. O conglomerado usaria os nomes dos clientes Smiles para divulgar seus serviços no Brasil e mesmo no exterior. O programa de milhas, no entanto, ficaria vinculado à nova companhia aérea.
O projeto do investidor espanhol foi apresentado pela Apvar à Fundação Ruben Berta anteontem, em reunião em São Paulo. Participaram do encontro Luiz Martins (presidente do conselho da fundação), Márcio Marsillac (vice-presidente da Apvar), o economista Luciano Coutinho e membros do banco Fator, que intermedeiam o processo de fusão.
No encontro, Marsillac reivindicou à fundação o direito dos trabalhadores da Varig de participarem da nova companhia aérea como acionistas. "A idéia foi encarada de maneira positiva por Martins, que não deu uma resposta definitiva", disse Marsillac. Segundo ele, a Varig deve R$ 870 milhões que já teriam de estar depositados no fundo de pensão Aerus, além de R$ 1 bilhão relativo a dívidas trabalhistas e correção monetária.
A Varig confirmou o encontro de Martins com a Apvar. Disse que o executivo não havia sido localizado no final da tarde para comentar o assunto. Na terça-feira passada, a Apvar protocolou no BNDES seu projeto de reestruturação da Varig.
O colégio deliberativo da Fundação Ruben Berta reúne-se amanhã no Rio para aprovar ou não o projeto de fusão. Cerca de 220 representantes dos funcionários decidirão sobre o assunto. Eles receberam um comunicado de Martins no qual o executivo diz que a fusão é a única saída para a Varig.


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