São Paulo, terça-feira, 01 de agosto de 2006

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MERCADO ABERTO

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Rosset mostra desânimo com o governo

Descontente com os rumos da economia, o empresário Ivo Rosset, presidente da Valisère e um dos primeiros no meio empresarial a apoiar a eleição de Lula em 2002, não pretende neste ano se empenhar tanto como há quatro anos. Ele não esconde um certo ar de frustração com o governo. "Sinto que o governo poderia fazer mais e não está fazendo", diz.
Rosset não chega a dizer que não irá apoiar Lula, mas, pelo menos até agora, não se engajou em nenhum evento político. Ele não faz parte do comitê empresarial de apoio à reeleição de Lula.
Além disso, não poupa críticas ao governo. Sobre o recente pacote cambial, por exemplo, ele diz que não vai surtir efeito. "Esse pacotinho econômico não resolve nada", diz. "É uma gota d'água no oceano."
O empresário reclama de medidas mais fortes do governo para combater principalmente a invasão de produtos chineses, que, segundo ele, tem provocado uma forte onda de desemprego não só no setor onde atua, o têxtil, como em diversos outros. "Se o governo não tomar uma providência rápida, o Brasil irá se tornar um país desindustrializado", diz. "Quero ver o que vai acontecer com a indústria automobilística quando os chineses começarem a vender carros de US$ 5 mil no Brasil."
Rosset sugere que o Brasil siga o exemplo do México e crie barreiras maiores para evitar a concorrência desleal. O México definiu tarifas de importação de 300% a 500% para proteger seus produtos contra a invasão chinesa. "Não tem como competir com um país que não segue as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)."
O empresário também se queixa da política externa do Brasil. Ele não entende por que o país não faz acordos bilaterais com os Estados Unidos, com quem poderia lucrar muito mais, já que são os maiores compradores do mundo.

FRASE

Se o governo não tomar uma providência rápida, o Brasil irá se tornar um país desindustrializado


IVO ROSSET presidente da Valisère

EM CAMPANHA
O primeiro jantar de adesão à campanha pela reeleição de Lula será na próxima sexta-feira no Jockey Club, em São Paulo. Foi fixado o valor de R$ 2 mil por cabeça, e o PT, que está organizando o jantar, espera contar com a presença de mil empresários.

RECADO
Em encontro recente na Fiesp, o empresário Eugênio Staub, da Gradiente, avisou que, neste ano, não irá se envolver na campanha política. Na eleição presidencial passada, de 2002, ele foi um dos primeiros grandes empresários a apoiar a candidatura Lula.

DE MUDANÇA
O executivo Sérgio Wainer vai trocar o cargo de diretor comercial da operadora de TV a cabo Net por uma diretoria da Telefônica. Wainer já teve passagem pela Telemar.

QUEDA DE 3%
Levantamento do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos do Estado São Paulo apurou uma queda de 3% nas vendas em julho, em comparação a junho. "Foi pior do que esperávamos", diz Arinos de Almeida Barros, vice-presidente da entidade. "O povo está sem dinheiro."

HOMENAGEM
Olavo Setubal receberá dia 21 das mãos de Geraldo Alckmin o prêmio Personalidade Paulista Viva de Cidadania oferecido pela ONG Associação Paulista Viva. Será durante jantar para 600 pessoas com a presença do PIB. Setubal foi fundador e presidente da Associação Paulista Viva. O presidente da ONG, Nelson Baeta Neves, afirmou que o jantar não terá cunho político. O prêmio a Setubal será entregue por Alckmin pelo fato de ter sido ele o homenageado do ano passado.

DE OLHO NAS PEQUENAS
Cliente satisfeito é sinônimo de lucratividade e de novos negócios. Com essa filosofia e apostando na indicação de clientes, a Sodexho Pass, divisão de cheques e cartões da multinacional francesa Sodexho (especialista em benefícios e serviços ao trabalhador), espera crescer 10% em 2006 e manter a média de 10 mil novos clientes por ano no Brasil. "A taxa de conversão quando um cliente recomenda é muito maior que a prospecção pura", diz Sergio Chaia, presidente da Sodexho Pass no Brasil. No país, o grupo atende a mais de 3 milhões de pessoas e fatura cerca de R$ 3 bilhões (2005). Uma das maneiras que o grupo encontrou para crescer no mercado brasileiro foi criação de uma unidade para explorar as pequenas empresas. "Vendemos serviços até para quem tem um só funcionário", afirma. Em outubro, a Sodexho Pass premia seus clientes. Foram eleitos 189 cases de empresas candidatas a melhor em gestão de pessoas.

PARCERIA
As editoras Ediouro e Geração Editorial anunciam hoje acordo de parceria operacional pelo qual a primeira assume as áreas de produção gráfica e editorial e comercialização dos livros da Geração. O publisher e editor da Geração, o jornalista e escritor Luiz Fernando Emediato, continuará responsável pela direção editorial do selo, em conselho editorial do qual farão parte representantes da Ediouro. Jorge Carneiro, publisher da Ediouro, passa a investir em livros de não-ficção, principalmente jornalísticos. O grupo Ediouro fatura R$ 180 milhões, e a Geração Editorial, R$ 4 milhões. Atualmente, Emediato também coordena a comunicação do candidato a presidente do PDT, Cristovam Buarque.

MALA CHEIA
A GOL começou a tirar do cofre os US$ 600 milhões que acumulou nos últimos dois anos com a abertura de capital no Brasil e EUA. No domingo passado, aterrissou no país o primeiro dos 101 Boeings 737-800 NG adquiridos pela companhia aérea, a maior compra de uma empresa aérea na América Latina junto à Boeing. A norte-americana, em parceria com a GOL, adaptou os aviões para pouso na pista curta do Santos Dumont. O modelo tem 30% a mais de assentos do que os aviões que operam na ponte aérea.


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