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PREÇOS
Para JBS-Friboi, carne bovina vai pressionar menos inflação
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
A carne bovina deve pressionar menos os índices de inflação neste segundo semestre. A
previsão é de Joesley Mendonça Batista, diretor-presidente
do JBS-Friboi, maior frigorífico com foco no abate de bois no
país.
Segundo Batista, o crescimento do valor da arroba em
dólares -causado pela redução
de oferta e acentuado pela
apreciação do real- colocou o
boi do Brasil em valor semelhante ao de outros mercados,
como EUA e Austrália, e perto
do da Europa.
Com essa convergência global de preços, não há espaço para novas altas substanciais das
cotações em dólares no Brasil,
afirma Batista.
Ontem o indicador Esalq-BM&F, usado na liquidação financeira dos contratos de boi
no mercado futuro, ficou em R$
93,57 a arroba, alta de 46,8% na
comparação com um ano antes.
Em dólar, chegou a US$ 59,87,
avanço de 76,7% no período.
No atacado em São Paulo, o
quilo da carne de primeira ficou em R$ 6,10, 24,5% mais que
um ano antes. O mercado financeiro trabalha com o cenário de que o IPCA, índice usado
para definir a meta oficial de inflação, tenha chegado em julho
ao acumulado de 6,5% em 12
meses.
José Vicente Ferraz, diretor-técnico da consultoria
AgraFNP, observa, no entanto,
a possibilidade de que o preço
da carne se eleve com mais intensidade no fim do ano, puxado pelo 13º salário e pelo crescimento da demanda que costuma ocorrer nesse período. Justamente uma época de entressafra, de restrição da oferta.
Fabiano Tito Rosa, coordenador de análises setoriais da
Scot Consultoria, concorda
com a tendência de que se reduza a pressão da carne bovina
sobre as taxas de inflação. Isso,
porém, não quer dizer que ela
vá deixar de existir. Por causa
da redução do rebanho, a tendência é de mercado firme no
mínimo pelos próximos dois
anos.
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