São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2008

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PREÇOS

Para JBS-Friboi, carne bovina vai pressionar menos inflação

GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO

A carne bovina deve pressionar menos os índices de inflação neste segundo semestre. A previsão é de Joesley Mendonça Batista, diretor-presidente do JBS-Friboi, maior frigorífico com foco no abate de bois no país.
Segundo Batista, o crescimento do valor da arroba em dólares -causado pela redução de oferta e acentuado pela apreciação do real- colocou o boi do Brasil em valor semelhante ao de outros mercados, como EUA e Austrália, e perto do da Europa.
Com essa convergência global de preços, não há espaço para novas altas substanciais das cotações em dólares no Brasil, afirma Batista.
Ontem o indicador Esalq-BM&F, usado na liquidação financeira dos contratos de boi no mercado futuro, ficou em R$ 93,57 a arroba, alta de 46,8% na comparação com um ano antes. Em dólar, chegou a US$ 59,87, avanço de 76,7% no período.
No atacado em São Paulo, o quilo da carne de primeira ficou em R$ 6,10, 24,5% mais que um ano antes. O mercado financeiro trabalha com o cenário de que o IPCA, índice usado para definir a meta oficial de inflação, tenha chegado em julho ao acumulado de 6,5% em 12 meses.
José Vicente Ferraz, diretor-técnico da consultoria AgraFNP, observa, no entanto, a possibilidade de que o preço da carne se eleve com mais intensidade no fim do ano, puxado pelo 13º salário e pelo crescimento da demanda que costuma ocorrer nesse período. Justamente uma época de entressafra, de restrição da oferta.
Fabiano Tito Rosa, coordenador de análises setoriais da Scot Consultoria, concorda com a tendência de que se reduza a pressão da carne bovina sobre as taxas de inflação. Isso, porém, não quer dizer que ela vá deixar de existir. Por causa da redução do rebanho, a tendência é de mercado firme no mínimo pelos próximos dois anos.


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