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ANÁLISE
Economia não está melhorando
DO "FINANCIAL TIMES"
Localize a suposta melhora:
0, -1,9, -3,3, -3,9. Essa é a progressão no ritmo trimestral de
crescimento da economia dos
Estados Unidos nos quatro últimos trimestres, com relação
aos períodos comparáveis um
ano antes.
Sim, mas pelo menos o declínio está se desacelerando, dizem os otimistas. A queda sequencial na produção foi de só
1%, de acordo com os dados do
segundo trimestre, ante 6,4%
negativos no período anterior.
É claro que as coisas estão
parecendo melhores. A economia está vivendo de doses maciças de gastos de estímulo e de
crédito barato. O consumo do
governo aumentou 6% ante o
trimestre anterior. As taxas de
juros baixas atenuaram o colapso no investimento.
Mas atenuar a dor não significa que o paciente esteja mais
saudável. O Reino Unido, que
está gastando 75% a menos que
os EUA em estímulos, como
proporção de sua produção total em 2008, reportou uma
imensa queda de 6% no crescimento anual. Nos EUA, a assustadora verdade é que, a despeito da alta da renda e da benemerência do governo, o consumo desaparece rapidamente. O
colapso de 1,2% nos gastos pessoais é duas vezes o projetado.
Com o desemprego em alta e
a razão entre dívida domiciliar
total e renda disponível ainda
mais de 30% acima do já inflado nível da década de 90, não
surpreende que os consumidores cortem gastos. Por isso, podem esquecer o grande estímulo em forma de reposição de estoques no segundo semestre. E
as exportações, em meio a uma
recessão mundial, tampouco
devem renascer. A economia
dos EUA não está melhorando
-está simplesmente dependendo cada vez mais do Estado.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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