São Paulo, domingo, 01 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONJUNTURA

Setor terá o maior crescimento, banca a maior parte do saldo comercial e levanta a indústria de máquinas agrícolas

Agronegócios sustentam PIB e exportação

DA REPORTAGEM LOCAL

O agronegócio deve ser a salvação da lavoura da economia brasileira em 2002: gerará a maior parte do superávit comercial do qual o país precisa para diminuir seus desequilíbrios externos; será um dos poucos setores em que os investimentos se manterão e, num ano em que a indústria encolhe a produção, vai crescer.
Clima e geografia adequados e mecanização e profissionalização da produção fizeram a produtividade do setor crescer, em média, 3% ao ano na década de 90.
Retrato da competitividade do setor, o saldo comercial do agronegócio atingiu US$ 7,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, quando o saldo geral de balança comercial era de apenas US$ 2,6 bilhões. Ou seja, o setor exporta mais do que o suficiente para financiar suas importações e as dos setores deficitários da economia.
Os ganhos de competitividade tornaram-se maiores com o real desvalorizado. Com o câmbio favorável, as perspectivas de aumento das vendas têm feito as empresas, ao contrário dos demais setores da economia, investirem no aumento da produção.
As montadoras de máquinas agrícolas investem cerca de US$ 30 milhões anuais cada uma. Neste ano, o setor será um dos poucos dentre os produtores de máquinas a aumentar a produção. A previsão é de crescimento de 30%.
Os aumentos recordes da safra -neste ano a produção de grãos chegou aos 100 milhões de toneladas- e os aumentos de produtividade na indústria do agronegócio brasileira ocorrem a despeito da falta de crédito e financiamento para o setor.
O próprio ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, admite que o setor sobrevive com crédito "zero". Segundo o ministro, que na semana passada visitou grandes banqueiros paulistas para pedir que aumentassem o volume de crédito destinado ao setor, os US$ 2 bilhões leiloados pelo Banco Central são apenas "uma gota no oceano" de necessidades do setor.
Organizada cada vez mais na forma de pólos industriais regionais-os chamados "clusters"-, a expansão do agronegócio contribui para o desenvolvimento de regiões antes carentes de investimentos e infra-estrutura.



Texto Anterior: Argentina: Lavagna alerta FMI sobre populismo
Próximo Texto: Expansão no campo: Agroindústria ignora crise e investe mais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.