São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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BC não definirá juro pela eleição, diz José Dirceu

LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmou ontem que o Banco Central "em nenhuma hipótese" irá esperar as eleições para decidir sobre um possível aumento dos juros. Segundo ele, caso contrário, o governo federal estaria fazendo "demagogia" com esse tipo de ação.
"O Banco Central não pode se submeter ao calendário eleitoral. Nem o governo pode se submeter ao calendário eleitoral. Temos de tomar as medidas necessárias para defender o país, senão estaremos fazendo demagogia", disse.
A possibilidade de aumentar os juros neste ano para combater a inflação consta das atas das duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária.
Ao comentar o crescimento da economia no primeiro semestre, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) falou sobre a possibilidade de fazer ajustes na política macroeconômica. Depois, por meio da assessoria de imprensa, informou que não estava se referindo aos juros -decisão de responsabilidade do BC.
Conforme a Folha publicou no último domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou contrariado com a ata da reunião do Copom de junho, que citou expressamente a possibilidade de aumento dos juros ainda neste ano.
Na cúpula do governo, o texto dessa ata chegou a ser qualificado de "barbeiragem". A Folha apurou que, para Lula, após repetidas boas notícias na economia, a ata funcionou como uma ducha de água fria.
Para Dirceu, a inflação está controlada e o governo tomará as medidas para manter a estabilidade dos preços. "A inflação está sob controle e, no país, há uma consciência de que não se pode ganhar no curto prazo e perder no longo prazo. Todos precisam colaborar para o crescimento sustentável. Com inflação, não existe crescimento."


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