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BC não definirá juro pela eleição,
diz José Dirceu
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) afirmou ontem que o
Banco Central "em nenhuma
hipótese" irá esperar as eleições
para decidir sobre um possível
aumento dos juros. Segundo
ele, caso contrário, o governo
federal estaria fazendo "demagogia" com esse tipo de ação.
"O Banco Central não pode
se submeter ao calendário eleitoral. Nem o governo pode se
submeter ao calendário eleitoral. Temos de tomar as medidas necessárias para defender o
país, senão estaremos fazendo
demagogia", disse.
A possibilidade de aumentar
os juros neste ano para combater a inflação consta das atas
das duas últimas reuniões do
Comitê de Política Monetária.
Ao comentar o crescimento
da economia no primeiro semestre, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) falou sobre a possibilidade de fazer
ajustes na política macroeconômica. Depois, por meio da
assessoria de imprensa, informou que não estava se referindo aos juros -decisão de responsabilidade do BC.
Conforme a Folha publicou
no último domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ficou contrariado com a ata da
reunião do Copom de junho,
que citou expressamente a possibilidade de aumento dos juros ainda neste ano.
Na cúpula do governo, o texto dessa ata chegou a ser qualificado de "barbeiragem". A Folha apurou que, para Lula, após
repetidas boas notícias na economia, a ata funcionou como
uma ducha de água fria.
Para Dirceu, a inflação está
controlada e o governo tomará
as medidas para manter a estabilidade dos preços. "A inflação está sob controle e, no país,
há uma consciência de que não
se pode ganhar no curto prazo
e perder no longo prazo. Todos
precisam colaborar para o crescimento sustentável. Com inflação, não existe crescimento."
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