São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009

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Produção industrial de julho é a melhor desde início da crise

Setor avançou 2,2% na comparação com junho, segundo o IBGE; no ano, ainda há queda de 12,8%

DANIELE CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A indústria nacional apresentou em julho seu melhor desempenho desde o agravamento da crise econômica mundial, em meados de setembro do ano passado. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), o setor apresentou crescimento de 2,2% na comparação com junho.
Com o desempenho, a indústria nacional volta aos patamares de janeiro de 2007. Apesar do avanço, que veio acima das expectativas do mercado, o setor ainda apresenta perda acumulada de 10,6% entre setembro de 2008 e julho último.
Na comparação com julho do ano passado, a pesquisa apurou queda de 9,9% na atividade industrial. No acumulado do ano, a queda é ainda maior: 12,8%.
"Os números de julho mostram a manutenção do crescimento, porém com aceleração em relação a junho O crescimento de 2,2% ficou acima da média de expansão (de 1,3%) registrada durante o primeiro semestre do ano", diz Isabella Nunes, coordenadora da pesquisa do IBGE.
Ela afirma que o crescimento em julho continuou sendo capitaneado pelo consumo interno de bens duráveis (como automóveis e produtos da linha branca), impulsionado pelos incentivos como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
"O crescimento nos bens duráveis permitiu que, em julho, os bens intermediários, como produtos siderúrgicos, borracha e químicos, crescessem 2% em comparação a junho", afirma Nunes.
A coordenadora destaca, ainda, que a retomada da indústria começa a se espalhar por diferentes áreas. Na comparação com junho, 23 dos 27 ramos de atividades pesquisados apresentaram crescimento.
"Outra prova dessa pulverização do crescimento está no fato de que cinco setores apresentaram números positivos no período acumulado de setembro de 2008 a julho deste ano. No mês passado, eram apenas dois", afirma a coordenadora da pesquisa.
Passaram a registrar alta, de setembro a julho, as produções de máquinas para escritório e equipamentos de informática (4,6%), farmacêutica (1,8%), outros produtos químicos (1%), fumo e outros equipamentos de transporte (ambos com 0,3%). As indústrias de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (9,3%) e de bebidas (5,3%) mantiveram dados positivos nessa relação.
Mesmo diante da elevação generalizada, a indústria ainda está longe de retomar os níveis de produção pré-crise. "Mesmo que repita o bom desempenho de julho nos próximos meses, o patamar pré-crise só seria atingido ao final de 2010", calcula Ariadne Vitoriano, analista da área de indústria da Consultoria Tendências.


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