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Produção industrial de julho é a melhor desde início da crise
Setor avançou 2,2% na comparação com junho, segundo o IBGE; no ano, ainda há queda de 12,8%
DANIELE CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A indústria nacional apresentou em julho seu melhor desempenho desde o agravamento da crise econômica mundial,
em meados de setembro do ano
passado. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), o setor apresentou
crescimento de 2,2% na comparação com junho.
Com o desempenho, a indústria nacional volta aos patamares de janeiro de 2007. Apesar
do avanço, que veio acima das
expectativas do mercado, o setor ainda apresenta perda acumulada de 10,6% entre setembro de 2008 e julho último.
Na comparação com julho do
ano passado, a pesquisa apurou
queda de 9,9% na atividade industrial. No acumulado do ano,
a queda é ainda maior: 12,8%.
"Os números de julho mostram a manutenção do crescimento, porém com aceleração
em relação a junho O crescimento de 2,2% ficou acima da
média de expansão (de 1,3%)
registrada durante o primeiro
semestre do ano", diz Isabella
Nunes, coordenadora da pesquisa do IBGE.
Ela afirma que o crescimento
em julho continuou sendo capitaneado pelo consumo interno de bens duráveis (como automóveis e produtos da linha
branca), impulsionado pelos
incentivos como a redução do
IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados).
"O crescimento nos bens duráveis permitiu que, em julho,
os bens intermediários, como
produtos siderúrgicos, borracha e químicos, crescessem 2%
em comparação a junho", afirma Nunes.
A coordenadora destaca, ainda, que a retomada da indústria
começa a se espalhar por diferentes áreas. Na comparação
com junho, 23 dos 27 ramos de
atividades pesquisados apresentaram crescimento.
"Outra prova dessa pulverização do crescimento está no
fato de que cinco setores apresentaram números positivos
no período acumulado de setembro de 2008 a julho deste
ano. No mês passado, eram
apenas dois", afirma a coordenadora da pesquisa.
Passaram a registrar alta, de
setembro a julho, as produções
de máquinas para escritório e
equipamentos de informática
(4,6%), farmacêutica (1,8%),
outros produtos químicos (1%),
fumo e outros equipamentos
de transporte (ambos com
0,3%). As indústrias de perfumaria, sabões, detergentes e
produtos de limpeza (9,3%) e
de bebidas (5,3%) mantiveram
dados positivos nessa relação.
Mesmo diante da elevação
generalizada, a indústria ainda
está longe de retomar os níveis
de produção pré-crise. "Mesmo
que repita o bom desempenho
de julho nos próximos meses, o
patamar pré-crise só seria atingido ao final de 2010", calcula
Ariadne Vitoriano, analista da
área de indústria da Consultoria Tendências.
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