São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com ações da Petrobras em queda, Bolsa de SP recua 2,1%

As principais Bolsas do mundo também fecharam no vermelho

DA REPORTAGEM LOCAL

Com as ações da Petrobras puxando o mercado, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou depreciação de 2,1% no último pregão do mês. A baixa acompanhou a tendência internacional -ontem as maiores Bolsas de Valores do planeta fecharam no vermelho.
Temores de que a economia chinesa desacelere afetaram as commodities e prejudicaram exportadoras de matérias primas pelo mundo. Se a China cresce e produz menos, a demanda por produtos como aço e petróleo encolhe, derrubando seus preços.
A Bolsa de Xangai, que ao lado do Brasil vinha se destacando em 2009, teve desvalorização de 6,75% ontem.
Em Wall Street, como as ações do setor petrolífero tem peso menor na Bolsa, as quedas dos índices acionários foram bem mais brandas que no Brasil. O índice Dow Jones, que agrupa 30 das ações mais negociadas, fechou com baixa de 0,50%. A ação da petrolífera Chevron recuou 1,05%.
Na Europa, a Bolsa de Frankfurt sofreu perdas de 0,96%. Em Paris, a baixa ficou em 1,07%. O mercado londrino permaneceu fechado.
O petróleo encerrou o dia cotado a US$ 69,96 em Nova York, após baixa de 3,82%. Para os papéis da Petrobras, além da queda no barril do produto, houve a influência negativa das regras sobre a exploração do petróleo na camada pré-sal.
As ações ordinárias da Petrobras recuaram 4,47%, sendo a maior baixa do dia. Sua ação preferencial recuou 3,59%.
Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, "é normal que o investidor ponha o pé no freio, com as incertezas que ainda há" em relação ao pré-sal. "As ações acabam por recuar mesmo, pois há muitos ruídos e interesses políticos envolvidos nessa operação", afirma.
Devido ao peso da Petrobras, cujas ações responderam por 27% do total negociado, o índice Ibovespa (que reúne os 64 papéis mais negociados) operou em baixa durante todo o pregão. Na mínima do dia, o Ibovespa recuou 2,65%.
O pregão mais agitado levou o giro financeiro de ontem a R$ 5,67 bilhões, 21% acima da média diária do ano.
Segundo operadores, os estrangeiros estiveram mais atuantes na ponta vendedora, o que puniu, além da Petrobras, os papéis das companhias de mineração e siderurgia, muito dependentes do preço das commodities no exterior.
As ações preferenciais "A" da Vale terminaram com perda de 2,08%. Para Usiminas PNA, o dia foi de baixa de 2,68%. E CSN ON recuou 2,77%.
Até mesmo ações de setores que têm se destacado, como o imobiliário, sofreram ontem. O papel ON da Gafisa terminou o dia com recuo de 4,3%, uma das maiores baixas do Ibovespa no dia. Para Rossi Residencial ON, a baixa ficou em 3,31%.
Dentre as poucas ações que escaparam do vermelho, ficou o papel preferencial do Pão de Açúcar, que ganhou 0,23%. A empresa anunciou na sexta-feira o acerto da negociação com o Itaú Unibanco para acabar com a obrigação de exclusividade do banco com a rede varejista. Pela decisão, o Grupo Pão de Açúcar recebeu R$ 550 milhões.
As ações do Itaú Unibanco terminaram o pregão com depreciação de 0,62%.

Câmbio
O cenário negativo nos mercados não deu chances para o real tentar se recuperar. O dólar terminou o dia com alta de 0,43%, vendido a R$ 1,89. No acumulado do mês, a moeda norte-americana registrou apreciação de 1,34%. No ano, ainda computa baixa, de 19%.
(FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: Produção industrial de julho é a melhor desde início da crise
Próximo Texto: Bolsa perde fôlego, mas lidera aplicações no mês de agosto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.