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Com ações da Petrobras em queda, Bolsa de SP recua 2,1%
As principais Bolsas do mundo também fecharam no vermelho
DA REPORTAGEM LOCAL
Com as ações da Petrobras
puxando o mercado, a Bolsa de
Valores de São Paulo registrou
depreciação de 2,1% no último
pregão do mês. A baixa acompanhou a tendência internacional -ontem as maiores Bolsas
de Valores do planeta fecharam
no vermelho.
Temores de que a economia
chinesa desacelere afetaram as
commodities e prejudicaram
exportadoras de matérias primas pelo mundo. Se a China
cresce e produz menos, a demanda por produtos como aço
e petróleo encolhe, derrubando
seus preços.
A Bolsa de Xangai, que ao lado do Brasil vinha se destacando em 2009, teve desvalorização de 6,75% ontem.
Em Wall Street, como as
ações do setor petrolífero tem
peso menor na Bolsa, as quedas
dos índices acionários foram
bem mais brandas que no Brasil. O índice Dow Jones, que
agrupa 30 das ações mais negociadas, fechou com baixa de
0,50%. A ação da petrolífera
Chevron recuou 1,05%.
Na Europa, a Bolsa de Frankfurt sofreu perdas de 0,96%.
Em Paris, a baixa ficou em
1,07%. O mercado londrino
permaneceu fechado.
O petróleo encerrou o dia cotado a US$ 69,96 em Nova
York, após baixa de 3,82%. Para
os papéis da Petrobras, além da
queda no barril do produto,
houve a influência negativa das
regras sobre a exploração do
petróleo na camada pré-sal.
As ações ordinárias da Petrobras recuaram 4,47%, sendo a
maior baixa do dia. Sua ação
preferencial recuou 3,59%.
Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating,
"é normal que o investidor ponha o pé no freio, com as incertezas que ainda há" em relação
ao pré-sal. "As ações acabam
por recuar mesmo, pois há
muitos ruídos e interesses políticos envolvidos nessa operação", afirma.
Devido ao peso da Petrobras,
cujas ações responderam por
27% do total negociado, o índice Ibovespa (que reúne os 64
papéis mais negociados) operou em baixa durante todo o
pregão. Na mínima do dia, o
Ibovespa recuou 2,65%.
O pregão mais agitado levou
o giro financeiro de ontem a R$
5,67 bilhões, 21% acima da média diária do ano.
Segundo operadores, os estrangeiros estiveram mais
atuantes na ponta vendedora, o
que puniu, além da Petrobras,
os papéis das companhias de
mineração e siderurgia, muito
dependentes do preço das commodities no exterior.
As ações preferenciais "A" da
Vale terminaram com perda de
2,08%. Para Usiminas PNA, o
dia foi de baixa de 2,68%. E
CSN ON recuou 2,77%.
Até mesmo ações de setores
que têm se destacado, como o
imobiliário, sofreram ontem. O
papel ON da Gafisa terminou o
dia com recuo de 4,3%, uma das
maiores baixas do Ibovespa no
dia. Para Rossi Residencial ON,
a baixa ficou em 3,31%.
Dentre as poucas ações que
escaparam do vermelho, ficou o
papel preferencial do Pão de
Açúcar, que ganhou 0,23%. A
empresa anunciou na sexta-feira o acerto da negociação com o
Itaú Unibanco para acabar com
a obrigação de exclusividade do
banco com a rede varejista. Pela decisão, o Grupo Pão de Açúcar recebeu R$ 550 milhões.
As ações do Itaú Unibanco
terminaram o pregão com depreciação de 0,62%.
Câmbio
O cenário negativo nos mercados não deu chances para o
real tentar se recuperar. O dólar terminou o dia com alta de
0,43%, vendido a R$ 1,89. No
acumulado do mês, a moeda
norte-americana registrou
apreciação de 1,34%. No ano,
ainda computa baixa, de 19%.
(FABRICIO VIEIRA)
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