São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009

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Bolsa perde fôlego, mas lidera aplicações no mês de agosto

Rentabilidade de ações ficou em 3,15%, ante 0,70% dos fundos DI e 0,52% da caderneta de poupança

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da perda de fôlego demonstrada nos últimos dias, a Bolsa de Valores ainda conseguiu ser o destaque de agosto. Com alta de 3,15%, a Bolsa brasileira deixou para trás as outras formas de aplicação.
Os juros básicos em níveis baixíssimos têm afetado o retorno de aplicações como os fundos DI e os CDBs. Em agosto, a rentabilidade média dos CDS (Certificados de Depósito Bancário, oferecidos pelos bancos a seus clientes) ficou em 0,68%. Os fundos DI, que seguem de perto a oscilação da Selic, chegam ao fim do mês com ganho estimado de 0,70%.
"A Bolsa conseguiu se destacar no mês devido à alta expressiva que acumulou mais para o começo de agosto. Agora o mercado acionário passou a enfrentar pregões um pouco menos animadores", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
Na opinião de Rosa, "esse período mais turbulento não deve se estender por muito tempo", a não ser que comecem a surgir dados econômicos muito fracos. "Vejo a Bolsa retomando a força em breve", diz.
Para a poupança, o mês foi de rentabilidade de 0,52%.
Desde que a taxa básica passou a ser reduzida de forma mais intensa, nos últimos meses, ganhou força a discussão em torno dos riscos de os investidores migrarem dos fundos para a caderneta.
A vantagem da poupança está no fato de não cobrar taxa de administração e IR (que pode variar de 15% a 22,5%, dependendo do tempo de manutenção da aplicação).
O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne hoje e amanhã para definir o rumo dos juros. A taxa básica da economia está em 8,75% anuais.
Para a maioria do mercado, o Copom não irá alterar a taxa básica até o final do ano. Dessa forma, tanto os fundos DI, como a poupança e o CDB tendem a manter uma rentabilidade em linha com a verificada em agosto até o final do ano.
"Com a redução da taxa Selic, a poupança ficou mais interessante para os investidores que não têm acesso a fundos DI ou de renda fixa com taxas de administração inferiores a 0,5% a 1% ao ano", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
O dólar, que deixou de ser procurado como uma aplicação há algum tempo, registrou valorização de 1,34% no mês. Assim, quem tivesse comprado dólares teria tido uma rentabilidade em agosto mais interessante que a oferecida pelas aplicações de renda fixa.


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