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CUSTO DO DINHEIRO
Projeção é de queda nos próximos meses
Taxas ainda são as mais altas do mundo
RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local
Se o Copom mantiver ou baixar os juros hoje, a economia
brasileira estará diante das taxas
mais baixas do Real. No entanto,
os juros continuarão entre os
mais altos do mundo e não se deve esperar uma forte recuperação da economia.
Um estudo preparado pelo
banco BBA mostra que, nos últimos 12 meses, os juros brasileiros ficaram em 25,9% ao ano, já
descontada a inflação. São os
mais altos do mundo. Pelas projeções, devem cair muito, para
12,7%, mas, ainda assim, só perderão para os da Turquia.
"Os juros serão mais baixos do
que em 95, quando as vendas a
prazo puxaram o crescimento da
economia", diz Odair Abate,
economista do banco Lloyds.
"Mas não deve ocorrer aumento
explosivo das vendas."
Uma das razões é o ambiente
econômico. Hoje, a taxa de desemprego é mais alta, a inflação
corroeu parte da renda dos trabalhadores e os consumidores
têm medo de se endividar.
Bancos e lojas também limitam o crédito com medo de levar
calotes. Além disso, não repassam as reduções dos juros para o
consumidor, sob o argumento
de que a inadimplência está alta e
os impostos aumentaram.
"A economia pode crescer 4%
no ano que vem, como anuncia o
governo", diz Luís Fernando Lopes, economista-chefe do banco
Chase. "Mas isso não significa
que estará muito aquecida. A base de comparação é fraca."
Para que o país volte a crescer
acentuadamente é preciso tirar o
país do alto do ranking das taxas
mais altas do mundo. Mas, para
isso, o governo precisa convencer os investidores de que tem as
contas públicas sob controle e,
por isso, pode pagar juros menores para rolar sua dívida.
"As taxas ainda serão punitivas
até que se estabilize o ambiente
econômico", diz Alexandre Azara, economista do banco BBA.
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