São Paulo, Quarta-feira, 01 de Setembro de 1999
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Dólar lidera ranking de agosto com folga

GABRIEL J. DE CARVALHO
da Redação

O dólar bateu, de longe, todas as demais aplicações em agosto, com valorização superior a 6%. O ouro, influenciado também pela cotação internacional do metal, subiu um pouco menos: 5%.
A Bolsa até que conseguiu se segurar, com alta de 1,18% em São Paulo, desempenho próximo ao do segmento de renda fixa.
O dólar comercial, preço de venda, saiu de R$ 1,80 no final de julho para fechar agosto em R$ 1,92. O paralelo e o turismo, normalmente mais caros, também subiram bastante.
Os recentes leilões de títulos cambiais (indexados ao dólar mais juros fixos ao redor de 12% ao ano) feitos pelo Banco Central acalmaram um pouco o mercado, mas a baixa oferta da moeda norte-americana deve persistir nos próximos meses, o que manterá o câmbio pressionado.
A oferta de dólares no país depende de uma virada da balança comercial, o que não deve acontecer tão cedo.
Isso não significa, contudo, que o dólar-papel ou as aplicações em fundos cambiais vão continuar rendendo bem, como ocorreu em agosto. Quem entra deve estar consciente de que se trata de um investimento de risco.
A Bolsa permanece uma incógnita, apesar de muitas ações estarem relativamente baratas. O volume de negócios se mantém reduzido, o que acaba se refletindo no preço dos papéis.
Uma reação da Bolsa no Brasil depende dos investidores externos, hoje retraídos, e poucos acreditam numa inversão desse quadro a curto prazo. As incertezas não são apenas internas, e o final do ano se aproxima.

Juros
No segmento de renda fixa, a liderança foi do CDB prefixado de grande investidor, que consegue taxa de mesa (e não de agência). A rentabilidade dos fundos varia muito, mas, na média, ficou em 1,14% líquido de IR (sem computar o efeito da CPMF). A poupança é lanterna.
Todas as aplicações de renda fixa perderam da inflação (1,56% do IGP-M), mas cabem aqui pelo menos duas observações: 1) os índices de preços que pesquisam apenas o varejo estão mais baixos (a Fipe prevê 0,7% para seu IPC neste mês); 2) juro real deve ser medido em prazos mais longos.



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