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Dólar lidera ranking de agosto com folga
GABRIEL J. DE CARVALHO
da Redação
O dólar bateu, de longe, todas as
demais aplicações em agosto,
com valorização superior a 6%. O
ouro, influenciado também pela
cotação internacional do metal,
subiu um pouco menos: 5%.
A Bolsa até que conseguiu se segurar, com alta de 1,18% em São
Paulo, desempenho próximo ao
do segmento de renda fixa.
O dólar comercial, preço de
venda, saiu de R$ 1,80 no final de
julho para fechar agosto em R$
1,92. O paralelo e o turismo, normalmente mais caros, também
subiram bastante.
Os recentes leilões de títulos
cambiais (indexados ao dólar
mais juros fixos ao redor de 12%
ao ano) feitos pelo Banco Central
acalmaram um pouco o mercado,
mas a baixa oferta da moeda norte-americana deve persistir nos
próximos meses, o que manterá o
câmbio pressionado.
A oferta de dólares no país depende de uma virada da balança
comercial, o que não deve acontecer tão cedo.
Isso não significa, contudo, que
o dólar-papel ou as aplicações em
fundos cambiais vão continuar
rendendo bem, como ocorreu em
agosto. Quem entra deve estar
consciente de que se trata de um
investimento de risco.
A Bolsa permanece uma incógnita, apesar de muitas ações estarem relativamente baratas. O volume de negócios se mantém reduzido, o que acaba se refletindo
no preço dos papéis.
Uma reação da Bolsa no Brasil
depende dos investidores externos, hoje retraídos, e poucos acreditam numa inversão desse quadro a curto prazo. As incertezas
não são apenas internas, e o final
do ano se aproxima.
Juros
No segmento de renda fixa, a liderança foi do CDB prefixado de
grande investidor, que consegue
taxa de mesa (e não de agência). A
rentabilidade dos fundos varia
muito, mas, na média, ficou em
1,14% líquido de IR (sem computar o efeito da CPMF). A poupança é lanterna.
Todas as aplicações de renda fixa perderam da inflação (1,56%
do IGP-M), mas cabem aqui pelo
menos duas observações: 1) os índices de preços que pesquisam
apenas o varejo estão mais baixos
(a Fipe prevê 0,7% para seu IPC
neste mês); 2) juro real deve ser
medido em prazos mais longos.
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