da Reportagem Local

Agosto foi o pior mês em volume financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo neste ano.
Por dia, a Bovespa registrou média de R$ 478,172 milhões em negócios. Nenhum outro mês em 1999 teve giro tão baixo.
Nem mesmo janeiro, que ocupava a primeira colocação anteriormente. O primeiro mês do ano registrou média de R$ 481,381 milhões.
Em comparação, agosto foi 0,67% pior do que janeiro, mês da maxidesvalorização do real.
Até agora, o melhor mês do ano em volume foi abril (R$ 912,817 milhões, 90,90% a mais do que agosto).
A volta da cobrança de um tributo de 0,38%, referente à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), vem afastando o investidor estrangeiro desde o dia 17 de junho, quando foi implantada.
Em agosto, a deterioração do cenário político e as incertezas externas ajudaram a esvaziar a Bolsa. A falta de um leilão de privatização também impediu um volume melhor (no mês passado, por exemplo, a venda da Paranapanema injetou mais R$ 1,2 bilhão na Bovespa).
Com menos dinheiro circulando, o pregão fica mais suscetível a variações. Pode registrar alta expressiva em um dia e queda no mesmo patamar no dia seguinte, impedindo a solidificação de uma tendência.
Foi o que aconteceu ontem. O pregão da Bovespa registrou giro de R$ 491,694 milhões. E o índice oscilou de mínima negativa de 1,41% à máxima de 0,81%.
No final, a Bovespa registrou alta de 0,38%.
As divulgações do Plano Plurianual e do Orçamento do ano 2000 tiveram pouco impacto nos negócios realizados ontem. A maioria dos analistas procurava se informar melhor (devido à complexidade dos assuntos) antes de emitir opinião.
A Bovespa acabou seguindo em parte o comportamento de Nova York, que registrou queda pelo terceiro pregão consecutivo.
Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira mais negociados no exterior, apresentaram uma leve melhora, fechando cotados a 59,81% do seu valor de face (1,22% a mais do que anteontem). (MARCELO DIEGO)


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