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MERCADO FINANCEIRO
Título da dívida brasileira recua no exterior
da Reportagem Local
A derrota do governo no STF
(Supremo Tribunal Federal) ontem, a respeito da cobrança previdenciária de servidores inativos, afetou a credibilidade dos
papéis brasileiros no exterior.
Os C-Bonds, títulos da dívida
brasileira mais comercializados
no exterior, despencaram de valor. Os papéis foram comercializados a 62,03% do valor de face
-recuo de 1,88% em relação a
anteontem.
Foi a maior queda apresentada
pelos papéis em um dia, desde 13
de julho. O valor dos C-Bonds no
mercado externo não é tão baixo
desde 3 de setembro, quando iniciou uma recuperação.
Quanto maior é o deságio no
valor de face, menor é a confiança depositada pelo comprador de
que o governo será capaz de honrar seu compromisso no momento do pagamento.
Como o fechamento das contas
públicas deve ficar afetado (pois
fechou uma alternativa de recursos que poderia chegar a US$ 62
bilhões), o investidor preferiu
não arriscar seu dinheiro em papéis brasileiros.
Assim como a Bolsa doméstica
e o mercado de câmbio, os papéis
da dívida também demonstraram a reação dos investidores em
relação à derrota governista no
STF.
Os C-Bonds trabalharam boa
parte do dia em alta, segundo as
cotações divulgadas por agências
financeiras internacionais.
O ambiente no mercado externo era bom, a Bolsa de Nova
York apresentou alta consistente
(fechou positiva em 1,21%) e diminuiu a percepção de que os juros nos EUA vão aumentar (que
era corrente até ontem).
Isso foi uma boa notícia para os
títulos da dívida de países emergentes, que costumam sofrer
com a concorrência dos T-Bonds
(títulos do Tesouro norte-americano, com 30 anos de vencimento), que ficam mais atrativos.
Mas, a partir do resultado da
decisão judicial, os papéis brasileiros começaram a se desvalorizar no mercado externo.
Um fundo combinado de papéis da dívida brasileira administrado pelo banco J.P. Morgan, em
Nova York, recuou 1,2% -foi a
mais significativa entre as carteiras de países emergentes administradas pelo banco.
(MARCELO DIEGO)
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