São Paulo, Sexta-feira, 01 de Outubro de 1999
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CONJUNTURA
PIB revisado aumentou 1,6% no segundo trimestre; com isso, Fed deverá manter taxa em 5,25%
EUA crescem menos; juro não deve subir

MALU GASPAR
de Nova York

A revisão do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos no segundo trimestre mostrou que o país teve, nesse período, a sua menor taxa de crescimento dos últimos quatro anos.
O índice revisado, divulgado ontem pelo governo norte-americano, ficou em 1,6%, 0,2 ponto percentual menos do que o projetado inicialmente. Isso significa que o PIB cresceu US$ 31 bilhões no período, US$ 3,7 bilhões menos do que havia sido divulgado em agosto.
O PIB, que é a soma de tudo o que se produz num país em um ano, é considerado o principal indicador do desempenho da economia. Os números divulgados ontem referem-se ao período de abril a junho deste ano.
Com a divulgação do novo índice, o crescimento anual projetado para o PIB passou a ser de 3,9%, contra os 4,0% do primeiro trimestre.
Mesmo assim, a economia norte-americana está vivendo a sua melhor fase em épocas de paz, acumulando 101 meses de crescimento consecutivo.
O fato de a taxa ter sido a menor desde 95, entretanto, indica que houve desaquecimento no crescimento dos EUA. Por isso, os principais analistas econômicos do país acreditam que o Fed (banco central dos EUA) pode não aumentar os juros (estão em 5,25% ao ano) na próxima terça-feira, quando acontece a reunião semestral do órgão.
A reação do mercado norte-americano à divulgação dos dados foi positiva. Ontem, depois de duas semanas em queda quase consecutiva, o índice Dow Jones, que reúne as 30 principais ações negociadas no pregão da Bolsa de Valores de Nova York, subiu 123,47 pontos, com aumento de 1,21%.
As fortes oscilações nos valores das ações negociadas na Bolsa vinham sendo provocadas, justamente, pelo temor dos investidores de um novo reajuste nas taxas de juros. Na semana passada, o Dow Jones chegou a cair 5% -ou 244 pontos.
O principal motivo para o encolhimento do PIB, nesta revisão,foi o crescimento das importações. Por causa do grande número de produtos importados do Japão, da China e da Europa, o déficit comercial (importações superando as exportações) do país atingiu US$ 25,18 bilhões em julho passado.
Outro fator que influenciou a queda do índice foi a desaceleração da produção de bens de consumo.



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