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Folhainvest
Empresas buscam elevar negócios na Bolsa
Número de companhias que contratam formador de mercado para movimentar suas ações alcança recorde em 2007
Na Bolsa, volume maior de negociação significa maior visibilidade à companhia;
30 empresas já contrataram esse profissional neste ano
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Contratado para turbinar os
negócios de determinadas
ações, o formador de mercado
tem sido cada vez mais procurado pelas companhias de capital aberto, ganhando maior
participação na Bolsa de Valores de São Paulo a cada ano.
O formador de mercado
-mais conhecido como "market maker"- surgiu na Bovespa
apenas em 2003. Nesse ano de
estréia, somente uma empresa
buscou esse serviço. Já em
2007, o mais aquecido para o
segmento, 30 companhias contrataram esses provedores de
liquidez.
A função dos formadores de
mercado é a de movimentar as
ações das empresas, na tentativa de propiciar a elas maior visibilidade por meio de negócios
de compras e vendas no pregão
da Bolsa. Quando uma empresa
vê que suas ações estão esquecidas, com baixa movimentação, pode contratar um formador de mercado -que é um
banco ou uma corretora de valores- para tentar elevar o volume de negócios realizados
nos pregões e atrair novos investidores a seus papéis.
No mercado acionário americano, as companhias chegam
a ter mais de um "market maker" para promover suas ações.
"Acho que ainda há um bom
espaço para a figura do formador de mercado crescer. Uma
empresa sem liquidez pode inibir a entrada de novos investidores", diz Manual Fernandez,
diretor do UBS Pactual.
Para as companhias de capital aberto, ter maior liquidez é
algo relevante. Muito investidor deixa de comprar uma ação
por ela não ser muito negociada, pois se quiser vendê-la rapidamente, pode encontrar dificuldades para fazer isso.
Além disso, há outras vantagens ambicionadas pelas empresas, como ingressar nas carteiras dos principais índices da
Bolsa de Valores.
A grande ambição das companhias é a de participar do seleto grupo das que compõem o
índice Ibovespa, o mais relevante do mercado local e que
reúne as ações mais negociadas. Atualmente há 63 ações
participando do Ibovespa, para
um universo de 433 empresas
listadas na Bolsa. Mas por que
querer entrar no Ibovespa?
Vitrine
O índice Ibovespa é a principal vitrine da Bolsa que uma
empresa de capital aberto pode
almejar. Estar nesse índice significa ganhar divulgação extra e
atrair um número maior de investidores.
Um caso de sucesso de companhia que contratou um formador de mercado é a ALL
(América Latina Logística). A
empresa estreou no pregão da
Bovespa em junho de 2004 e
contratou um formador de
mercado em fevereiro de 2006.
Hoje as ações da ALL pertencem ao Ibovespa e têm um peso
na formação do índice superior
ao de empresas mais conhecidas, como Banco do Brasil e
Eletropaulo.
Levantamento da consultoria Economática mostrou que,
para a ALL, o formador de mercado teve papel relevante no
aumento de sua participação
nos pregões.
Nos seis meses antes de contratar um formador, as ações da
ALL registraram movimentação por dia, na média, de R$
12,16 milhões. Nos seis meses
posteriores à contratação do
serviço, a média dobrou e saltou para R$ 24,31 milhões.
Mas o formador de mercado
não deve ser encarado como o
grande solucionador dos problemas de baixa negociação de
ações. Ninguém pode garantir
que o simples fato de contratar
um formador irá impulsionar
as operações feitas.
"Não sei se a figura do "market maker" é fundamental para
uma empresa melhorar as negociações de seus papéis. Sempre os movimentos do mercado
serão mais importantes para
ajustar os preços das ações",
avalia Luiz Roberto Monteiro,
assessor de investimentos da
corretora Souza Barros.
Novatas
Ao realizar ofertas de compra
e venda para as ações, o formador acaba por estimular os negócios com os papéis da empresa que o contratou. Por isso,
boa parte das companhias que
estão fazendo IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês)
tem procurado uma instituição
financeira que possa prestar esse serviço.
"É comum as empresas que
estréiam na Bolsa ficarem em
foco no primeiro ou segundo
mês e depois perderem um
pouco de apelo", afirma Fernandez, do UBS Pactual.
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