São Paulo, segunda-feira, 01 de outubro de 2007

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Crise afeta lucro das empresas nos EUA

Aumento dos ganhos das companhias listadas no S&P 500 no 3º trimestre tende a ser o menor em mais de cinco anos

Colapso do setor imobiliário afeta preço das residências e o consumidor, que corta gastos; confiança nos EUA é a menor em dois anos

TOM RANDALL
DA BLOOMBERG

O lucro das empresas norte-americanas poderá crescer ao ritmo mais lento em mais de cinco anos no terceiro trimestre, à medida que a crise no setor imobiliário prejudica os resultados de companhias que atuam em diferentes setores.
No terceiro trimestre, os lucros das empresas-membros do índice de ações Standard & Poor's 500 poderão avançar ao ritmo médio de 2,7% comparativamente ao mesmo período de 2006, quebrando uma seqüência de 20 trimestres de ganhos que superaram a casa dos 10%, segundo dados compilados pela Bloomberg News.
Desde 20 de agosto passado, pelo menos 52 empresas do setor financeiro ou de produtos de consumo supérfluos que fazem parte do Standard & Poor's 500 divulgaram previsões para o terceiro trimestre que se equiparam ou ficam abaixo das estimativas dos analistas. O número pode ser comparado às dez empresas que disseram que seus lucros serão superiores aos prognósticos.
"Os consumidores estão sentindo o impacto da queda dos preços das residências", disse Timothy Ghriskey, que administra cerca de US$ 1 bilhão em ativos como diretor de investimento da Solaris Asset Management de Bedford Hills, no Estado de Nova York. "Todas as empresas do setor de bens de consumo supérfluos estão sendo afetadas, quer sejam elas restaurantes, operadoras de navios de cruzeiro ou concessionárias de automóveis."
A confiança dos consumidores recuou para seu nível mais baixo em pelo menos dois anos neste mês de setembro após as vendas de imóveis residenciais terem desacelerado em agosto, informou o instituto de pesquisa Conference Board no último dia 25. A crise no setor imobiliário é a maior registrada nos EUA em ao menos 16 anos.
Entre as empresas norte-americanas que citaram a crise imobiliária para reduzir suas estimativas de lucro nas últimas semanas estão a Pool Corp., a maior distribuidora do país de equipamentos para piscinas, a Masco Corp., fabricante das tintas Behr e das torneiras Delta, a Knight Transportation, transportadora rodoviária para curtas distâncias, a FedEx, a segunda maior empresa de entregas dos EUA, e a CarMax Inc., a maior rede de concessionárias norte-americana.
As estimativas para o S&P 500 no terceiro trimestre de 2007 recuaram no último mês. Durante período semelhante que antecedeu o primeiro e o segundo trimestres deste ano, as previsões praticamente não sofreram alterações ou até mesmo aumentaram.
Os lucros registrados no segundo trimestre superaram os prognósticos em 5,7 pontos percentuais, e os ganhos dos primeiros três meses do ano superaram as estimativas em 6,8 pontos percentuais.
A IndyMac Bancorp, sediada na Califórnia, segunda maior empresa de empréstimos imobiliários dos EUA, informou no último dia 7 de setembro que poderá registrar prejuízo pela primeira vez em oito anos. As taxas administrativas referentes ao processamento de empréstimos provavelmente recuarão 20% no terceiro trimestre na comparação com o segundo, disse a empresa.
A Target, a segunda maior rede de lojas de desconto dos EUA, cortou sua projeção para as vendas deste mês no último dia 24. E até o Wal-Mart, maior varejista mundial, divulgou no mês passado um lucro inferior às estimativas dos analistas e reduziu seu prognóstico para o terceiro trimestre.


Com a Redação

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