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Crise afeta lucro das empresas nos EUA
Aumento dos ganhos das companhias listadas no S&P 500 no 3º trimestre tende a ser o menor em mais de cinco anos
Colapso do setor imobiliário
afeta preço das residências
e o consumidor, que corta
gastos; confiança nos EUA
é a menor em dois anos
TOM RANDALL
DA BLOOMBERG
O lucro das empresas norte-americanas poderá crescer ao
ritmo mais lento em mais de
cinco anos no terceiro trimestre, à medida que a crise no setor imobiliário prejudica os resultados de companhias que
atuam em diferentes setores.
No terceiro trimestre, os lucros das empresas-membros
do índice de ações Standard &
Poor's 500 poderão avançar ao
ritmo médio de 2,7% comparativamente ao mesmo período
de 2006, quebrando uma seqüência de 20 trimestres de ganhos que superaram a casa dos
10%, segundo dados compilados pela Bloomberg News.
Desde 20 de agosto passado,
pelo menos 52 empresas do setor financeiro ou de produtos
de consumo supérfluos que fazem parte do Standard & Poor's
500 divulgaram previsões para
o terceiro trimestre que se
equiparam ou ficam abaixo das
estimativas dos analistas. O número pode ser comparado às
dez empresas que disseram que
seus lucros serão superiores
aos prognósticos.
"Os consumidores estão sentindo o impacto da queda dos
preços das residências", disse
Timothy Ghriskey, que administra cerca de US$ 1 bilhão em
ativos como diretor de investimento da Solaris Asset Management de Bedford Hills, no
Estado de Nova York. "Todas as
empresas do setor de bens de
consumo supérfluos estão sendo afetadas, quer sejam elas
restaurantes, operadoras de
navios de cruzeiro ou concessionárias de automóveis."
A confiança dos consumidores recuou para seu nível mais
baixo em pelo menos dois anos
neste mês de setembro após as
vendas de imóveis residenciais
terem desacelerado em agosto,
informou o instituto de pesquisa Conference Board no último
dia 25. A crise no setor imobiliário é a maior registrada nos
EUA em ao menos 16 anos.
Entre as empresas norte-americanas que citaram a crise
imobiliária para reduzir suas
estimativas de lucro nas últimas semanas estão a Pool
Corp., a maior distribuidora do
país de equipamentos para piscinas, a Masco Corp., fabricante das tintas Behr e das torneiras Delta, a Knight Transportation, transportadora rodoviária
para curtas distâncias, a FedEx,
a segunda maior empresa de
entregas dos EUA, e a CarMax
Inc., a maior rede de concessionárias norte-americana.
As estimativas para o S&P
500 no terceiro trimestre de
2007 recuaram no último mês.
Durante período semelhante
que antecedeu o primeiro e o
segundo trimestres deste ano,
as previsões praticamente não
sofreram alterações ou até
mesmo aumentaram.
Os lucros registrados no segundo trimestre superaram os
prognósticos em 5,7 pontos
percentuais, e os ganhos dos
primeiros três meses do ano
superaram as estimativas em
6,8 pontos percentuais.
A IndyMac Bancorp, sediada
na Califórnia, segunda maior
empresa de empréstimos imobiliários dos EUA, informou no
último dia 7 de setembro que
poderá registrar prejuízo pela
primeira vez em oito anos. As
taxas administrativas referentes ao processamento de empréstimos provavelmente recuarão 20% no terceiro trimestre na comparação com o segundo, disse a empresa.
A Target, a segunda maior rede de lojas de desconto dos
EUA, cortou sua projeção para
as vendas deste mês no último
dia 24. E até o Wal-Mart, maior
varejista mundial, divulgou no
mês passado um lucro inferior
às estimativas dos analistas e
reduziu seu prognóstico para o
terceiro trimestre.
Com a Redação
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