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SÃO PAULO
Bovespa tem valorização de 7,6% com procura por pechinchas
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após iniciar a semana com
seu pior pregão em quase uma
década, a Bovespa conseguiu
respirar ontem e encerrou com
forte valorização de 7,63%, para 49.541 pontos. Na segunda,
havia caído 9,36%, sua maior
baixa desde janeiro de 1999.
O desempenho do mercado
acionário brasileiro não foi exceção ontem: as Bolsas registrando ganhos nos principais
centros financeiros. Quem esteve na rota contrária foi a Ásia.
A Bolsa de Tóquio, por exemplo, recuou 4,12%.
Depois do fracasso do governo Bush na tentativa de aprovar seu pacote de socorro bilionário no Congresso dos EUA
-fato que sacudiu os mercados
financeiros anteontem-, os investidores esperam uma solução para os próximos dias. Essa
perspectiva, somada aos deteriorados preços das ações, levou os investidores às compras
ontem. Como foi o último dia
do mês, muitos fundos de investimento aproveitaram a
oportunidade para tentar encontrar pechinchas e melhorar
os retornos de suas carteiras.
A Bovespa terminou setembro com queda de 11,03%, em
seu quarto mês seguido de depreciação. Com isso, a maioria
dos fundos de ações deve ter
encerrado o mês no vermelho.
Em São Paulo, apenas três
das 66 ações do índice Ibovespa
registraram perdas ontem. No
pregão de segunda, todos os papéis recuaram.
A ação ordinária da
BM&FBovespa liderou os ganhos de ontem, com apreciação
de 17,07% -no dia anterior, havia recuado 20,21%. O papel PN
da Petrobras subiu 7,17%.
Todavia, a melhora de ontem
não significa uma mudança de
rumo dos mercados.
"A volatilidade se mantém
muito elevada. O mercado
prossegue muito imprevisível e
continua sujeito a dias bem
ruins e outros muito bons, como temos presenciado nas últimas semanas. O pacote tem de
sair de uma forma ou de outra,
pois não podemos esquecer que
há risco de uma crise sistêmica", diz Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset.
No mercado de câmbio, o
movimento foi similar ao da
Bolsa. O dólar terminou ontem
com queda de 3,15%, vendido a
R$ 1,904. Na segunda, tinha
disparado 6,2%, tendo encostando em R$ 2 durante o dia.
Mesmo com a baixa de ontem, o dólar se apreciou 16,45%
no mês. Analistas têm afirmado
ser muito difícil o dólar retornar para suas mínimas recentes
-há dois meses, a moeda rondava os R$ 1,56.
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