DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

No dia seguinte ao pior pregão em quase 21 anos, a Bolsa de Nova York recuperou ontem boa parte do terreno perdido na esperança de que o Congresso dos Estados Unidos finalmente chegue a um acordo e aprove um pacote de socorro aos bancos norte-americanos.
Índice mais abrangente da Bolsa de Nova York, o S&P 500 recuperou mais da metade das perdas de 8,8% de anteontem e subiu 5,27%. O Dow Jones evoluiu 4,68% (ante queda de 6,98% anteontem). Em pontos, a alta do Dow Jones foi de 485,21. No dia anterior, a queda de 777,68 pontos foi a maior da história do índice em um único dia. Já a Bolsa eletrônica Nasdaq fechou em alta de 4,97% (havia caído 9,14% anteontem).
Esses resultados marcaram o maior salto da Bolsa de Nova York em seis anos. A alta se intensificou depois que líderes republicanos e democratas afirmaram a disposição de chegar a um acordo sobre o pacote de ajuda ao setor financeiro.
O mercado também não foi contaminado ontem por nenhuma nova má notícia. Na segunda-feira, além de o pacote de US$ 700 bilhões ter sido rejeitado, foi anunciada a venda do sexto maior banco dos Estados Unidos, o Wachovia, para o Citigroup.
Na contramão do que ocorreu anteontem, foram as ações do setor bancário que puxaram a alta da Bolsa de Nova York. Os papéis de JPMorgan Chase, Citigroup e Bank of America subiram mais de 13%. Empresas da área de petróleo também forçaram a alta.
A expectativa é que o pacote de socorro contribua para a recuperação de toda a economia norte-americana, altamente dependente do petróleo.
Apesar do avanço de ontem, o desempenho do S&P 500 fechou setembro com o pior resultado mensal desde 2002. A queda no período foi de 9,2%. Já o índice Dow Jones perdeu 6% no mês, e o Nasdaq, 12%.
A busca de investidores por ações que caíram na segunda elevou em 15% o volume médio diário de ações negociadas ontem, quando 1,6 bilhão de papéis trocaram de mãos.
Apesar dos avanços da Bolsa ontem, levantamento realizado pela National Association of Purchasing Management, baseada em Chicago, mostrou uma queda (de 57,9 pontos em agosto para 56,7 em setembro) no nível de confiança de empresários na economia.
Por esse indicador, um índice abaixo de 50 pontos significa que as empresas esperam contração nos negócios. (FCZ)

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