São Paulo, quarta-feira, 01 de outubro de 2008

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Aperto do crédito no mundo se intensifica

DA REDAÇÃO

Apesar da alta nas Bolsas mundiais ontem, mesmo ainda sem haver garantia de que o Congresso norte-americano aprove projeto de ajuda a instituições financeiras, a saúde da economia e do sistema financeiro global continua sob risco.
O custo dos empréstimos de um dia em dólares teve a maior alta da história da taxa, intensificando o temor de insolvência de mais instituições.
A taxa Libor (sigla em inglês para London Interbank Offered Rate), que os bancos cobram entre si por esses empréstimos, subiu ontem 4,31 pontos percentuais, para 6,88%, o seu maior nível desde o início do levantamento, em 2001. As instituições financeiras ainda continuam relutantes em emprestar, apesar dos bilhões de dólares ofertados pelo bancos centrais em todo o mundo.
"O mercado de crédito de curto prazo pararam de funcionar completamente", afirmou Christoph Rieger, estrategista de renda fixa do Dresdner Kleinwort. "Não existe mais mercado. Os bancos centrais são os únicos fornecedores de dinheiro para o mercado, ninguém mais está emprestando."
Os apertos no mercado de crédito de curto prazo foram intensificados pelo final do trimestre financeiro -que é um período em que há uma demanda maior por fundos e em que os bancos precisam equilibrar seus balanços.
"A crise de confiança parece estar absurdamente fora de proporção, apesar dos fundamentos frágeis do sistema financeiro", diz Marco Annunziata, economista-chefe da UniCredit. "Mas agora ela ameaça se tornar em uma ação que se autoconcretizou no sistema e que pode dar início ao derretimento do sistema financeiro e econômico global."
Os mercados de crédito entraram em crise, empurrando as instituições rumo à insolvência e obrigando os governos americano e europeus a resgatarem cinco bancos nos últimos dois dias, entre eles o belgo-francês Dexia e o Wachovia.
As taxas dos mercados de curto prazo subiram apesar de o Fed (o banco central dos Estados Unidos) ter injetado anteontem mais US$ 620 bilhões no sistema financeiro mundial, em uma ação coordenada com outros BCs para promover maior liquidez nos mercado.
Os bancos tomaram empréstimos em dólares junto ao Banco Central Europeu (BCE) a taxas quase seis vezes superiores à taxa básica de juros do Fed praticada ontem.

Com Bloomberg e "Financial Times"



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