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"Estamos no olho
do furacão",
afirma Setubal
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
O presidente do Banco
Itaú, Roberto Setubal, afirma
que a liquidez está mais estreita no Brasil, mas também
diz que esta foi a semana
mais aguda da crise e que a
tendência é a normalização
do crédito depois da aprovação do plano de resgate do
sistema financeiro nos EUA.
"Estamos no olho do furacão da crise, e não é razoável
tomar esta semana como base", diz. "Depois de a tormenta passar, eu acredito
que o cenário vá ser de menos incertezas. A tendência é
que a situação melhore."
Segundo Setubal, o aperto
do crédito no Brasil afetou
principalmente as linhas de
financiamento à exportação
e alguns pedidos de grandes
volumes de empréstimos. De
acordo com ele, quem pedir,
por exemplo, uma montanha
de R$ 10 bilhões não vai conseguir esse volume em um só
banco. Será preciso dividir o
empréstimo com outras instituições.
Diante da escassez de recursos, Setubal diz que as taxas de juros sobre os empréstimos subiram, bem como as
de captação. "Agora, há uma
tendência natural de as taxas
subirem."
O grande problema, no entanto, ocorreu com as linhas
de financiamento à exportação, que caíram depois de o
mercado internacional ter
praticamente secado com a
crise financeira global.
Setubal afirma ainda que
muitas empresas exportadoras também quiseram aproveitar a valorização do dólar
para aumentar as vendas externas, e isso deve ter provocado aumento na procura
pelas linhas de financiamento à exportação, o que acabou
contribuindo para a elevação
da demanda por linhas externas.
O presidente do Itaú considera fundamental a aprovação do pacote de resgate
do setor financeiro nos Estados Unidos para a melhoria
do cenário internacional. Caso contrário, o Fed (Federal
Reserve, o banco central dos
EUA) terá de atuar de forma
pontual, como estava fazendo antes.
"O plano B será o Fed voltar a trabalhar caso a caso, o
que é sempre complicado.",
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