São Paulo, quarta-feira, 01 de outubro de 2008

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Paralisação de bancários tem adesão em 22 capitais

No Rio e no DF, funcionários decidem continuar greve

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancários fizeram paralisação de 24 horas em 126 cidades e 22 capitais em protesto contra o impasse nas negociações salariais da categoria, segundo a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
A entidade -integrante do Comando Nacional dos Bancários, que representa os trabalhadores nas negociações salariais- não divulgou a adesão. No país, são 434 mil bancários.
Na cidade de São Paulo, 15 mil funcionários dos 120 mil participaram da mobilização em 441 locais (entre agências e prédios administrativos), segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).
No início da noite, os bancários do Distrito Federal decidiram manter a greve. Nova assembléia marcada para hoje discute sua continuidade. No Rio, os trabalhadores também optaram pela paralisação.
Em SP, os bancários já definiram que podem parar por tempo indeterminado a partir do dia 8 de outubro se os bancos não retomarem as negociações.
A Febraban (federação dos bancos) não divulgou balanço da adesão à paralisação e informou que a capital paulista concentra 2.298 agências das 18.308 existentes no Brasil, segundo informações de 2007.
"A paralisação se iniciou no centro da capital e se expandiu, ao longo do dia, para outras regiões em corredores de grande concentração de agências, como na zona leste, em Santo Amaro e na av. Paulista. Não era nosso objetivo parar 90% das agências. A adesão foi positiva para a paralisação de 24 horas", diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do sindicato.

Setor público
No setor público, a adesão foi maior nas agências da Caixa. No setor privado, nas do Banco Real e Santander, segundo o sindicato. "O que atrapalha a adesão e a participação de mais funcionários são os interditos proibitórios conseguidos pelos bancos", afirma Marcolino.
Os interditos são instrumentos jurídicos que as instituições obtêm na Justiça para evitar bloqueio nas portas das agências. "Além de inibir a greve, um direito previsto na Constituição Federal, os interditos prevêem multas diárias de R$ 3.000 a R$ 5.000 se uma agência que conseguiu a medida na Justiça for fechada", diz.
Até ontem, ao menos dois bancos -HSBC e Bradesco- já haviam conseguido interditos proibitórios na Justiça.
Integrantes da oposição bancária têm outra avaliação para a baixa adesão. "O sindicato não preparou o movimento como deveria. Parte da categoria defendia uma greve por tempo indeterminado", afirma Dirceu Travesso, que pertence ao Movimento Nacional de Oposição Bancária e à Conlutas (central sindical formada por sindicatos ligados ao PSTU).
"Nossa estratégia foi parar por 24 horas para pressionar a negociação", diz Marcolino.
Os bancários pedem reposição da inflação mais 5% de aumento real, participação nos lucros de três salários mais R$ 3.500 fixos, entre outros itens. Os bancos ofereceram reajuste de 7,5%, já rejeitado pelo comando nacional.

Colaboraram as Sucursais de Brasília e do Rio



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