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Paralisação de bancários tem adesão em 22 capitais
No Rio e no DF, funcionários decidem continuar greve
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancários fizeram paralisação de 24 horas em 126 cidades e 22 capitais em protesto
contra o impasse nas negociações salariais da categoria, segundo a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
A entidade -integrante do
Comando Nacional dos Bancários, que representa os trabalhadores nas negociações salariais- não divulgou a adesão.
No país, são 434 mil bancários.
Na cidade de São Paulo, 15
mil funcionários dos 120 mil
participaram da mobilização
em 441 locais (entre agências e
prédios administrativos), segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).
No início da noite, os bancários do Distrito Federal decidiram manter a greve. Nova assembléia marcada para hoje
discute sua continuidade. No
Rio, os trabalhadores também
optaram pela paralisação.
Em SP, os bancários já definiram que podem parar por tempo indeterminado a partir do
dia 8 de outubro se os bancos
não retomarem as negociações.
A Febraban (federação dos
bancos) não divulgou balanço
da adesão à paralisação e informou que a capital paulista concentra 2.298 agências das
18.308 existentes no Brasil, segundo informações de 2007.
"A paralisação se iniciou no
centro da capital e se expandiu,
ao longo do dia, para outras regiões em corredores de grande
concentração de agências, como na zona leste, em Santo
Amaro e na av. Paulista. Não
era nosso objetivo parar 90%
das agências. A adesão foi positiva para a paralisação de 24
horas", diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do sindicato.
Setor público
No setor público, a adesão foi
maior nas agências da Caixa.
No setor privado, nas do Banco
Real e Santander, segundo o
sindicato. "O que atrapalha a
adesão e a participação de mais
funcionários são os interditos
proibitórios conseguidos pelos
bancos", afirma Marcolino.
Os interditos são instrumentos jurídicos que as instituições
obtêm na Justiça para evitar
bloqueio nas portas das agências. "Além de inibir a greve,
um direito previsto na Constituição Federal, os interditos
prevêem multas diárias de R$
3.000 a R$ 5.000 se uma agência que conseguiu a medida na
Justiça for fechada", diz.
Até ontem, ao menos dois
bancos -HSBC e Bradesco- já
haviam conseguido interditos
proibitórios na Justiça.
Integrantes da oposição bancária têm outra avaliação para a
baixa adesão. "O sindicato não
preparou o movimento como
deveria. Parte da categoria defendia uma greve por tempo indeterminado", afirma Dirceu
Travesso, que pertence ao Movimento Nacional de Oposição
Bancária e à Conlutas (central
sindical formada por sindicatos
ligados ao PSTU).
"Nossa estratégia foi parar
por 24 horas para pressionar a
negociação", diz Marcolino.
Os bancários pedem reposição da inflação mais 5% de aumento real, participação nos
lucros de três salários mais R$
3.500 fixos, entre outros itens.
Os bancos ofereceram reajuste
de 7,5%, já rejeitado pelo comando nacional.
Colaboraram as Sucursais de Brasília e do Rio
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