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Ministro diz que metodologia do censo ofusca agronegócio
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
"Se não fui convidado para o
baile, não vou para o café da
manhã." Assim o ministro da
Agricultura, Reinhold Stephanes, justificou, por meio de sua
assessoria, a ausência na apresentação dos dados do Censo
Agropecuário de 2006.
Na sua avaliação, a mostra
dos dados da agricultura familiar prejudicou a avaliação do
agronegócio brasileiro. Como o
IBGE incorporou à agricultura
familiar as pequenas propriedades, o desempenho do setor
ganhou destaque e ofuscou a
importância do agronegócio na
balança comercial.
Por meio da sua assessoria de
imprensa, o ministério informou que somente depois de
uma análise mais detalhada irá
se pronunciar sobre os dados
do levantamento.
A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) também
considera que a análise dos dados relacionados à agricultura
familiar pode ter gerado distorções. De acordo com a entidade, um estabelecimento não
pode ser considerado como
uma unidade familiar, pois o
mesmo produtor poderia ser
contado mais de uma vez.
A coordenadora de assuntos
econômicos da Confederação
Nacional da Agricultura (CNA),
Rosimeire Santos, avalia que o
aumento da concentração demonstra que a política agrária
do governo não tem gerado resultados. Ela explica que, sem
garantir acesso ao crédito e à
assistência técnica, o governo
acaba forçando a saída do produtor do campo.
"Não basta dar a terra, é preciso dar condições para que o
produtor permaneça nela. Entre ter a terra e produzir há
uma grande diferença", afirmou Rosimeire.
Pelo critério adotado pelo
IBGE, um estabelecimento familiar se caracteriza pela limitação de área de quatro módulos rurais -que podem variar
entre cinco e cem hectares, de
acordo com a região do país- e
pelo uso predominante da
mão-de-obra da família.
Para o IBGE, a renda familiar
deve provir da produção -não
só da atividade agropecuária,
mas também da silvícola, da extrativista e da pesqueira.
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