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China quer conter expansão industrial
Para Pequim, excesso de produção pode prejudicar retomada do crescimento da 3ª maior economia global
DA REDAÇÃO
O governo chinês anunciou
ontem os detalhes do plano para conter o excesso de produção em setores como aço, alumínio e cimento. Para Pequim,
o aumento exagerado na capacidade produtiva pode prejudicar a recuperação da economia
e também afetar o sistema bancário do país.
Com as medidas, a China sinaliza que pretende manter um
nível adequado de produção
(para não prejudicar a retomada do crescimento), ao mesmo
tempo em que impede uma fabricação exagerada de produtos industriais, o que poderia
detonar uma guerra de preços e
afetaria especialmente os pequenos produtores.
Pelo plano, a indústria de
alumínio fica impedida de instalar novas fábricas por um período de três anos. E os setores
de aço, cimento, vidro e de
equipamentos de energia eólica e painéis solares terão seus
gastos limitados pelas autoridades regulatórias.
Sem esse controle, afirma o
governo, "será difícil prevenir a
cruel competição de mercado e
aumentar os benefícios econômicos. E isso pode resultar em
fechamento de fábricas, demissões e aumento dos ativos problemáticos dos bancos".
A economia chinesa retomou
fortemente seu crescimento
nos últimos meses (o terceiro
maior PIB do planeta se expandiu em 7,9% no segundo trimestre, após avançar 6,1% nos
três meses anteriores) em
grande parte pelo boom no setor de infraestrutura. Esse
avanço foi alavancado pelo aumento no gasto público -o governo lançou um pacote de estímulo de US$ 586 bilhões no
fim de 2008- e pelo crescimento nos empréstimos concedidos pelos bancos estatais.
Porém, nos últimos três meses, muitas autoridades chinesas começaram a alertar publicamente de que o excesso de
crédito poderia criar um excesso de produção especialmente
na indústria pesada -e também trazer uma série de empréstimos problemáticos para
o sistema bancário do país.
Um excesso de produção
prolongado de indústrias como
aço e alumínio podem ainda
piorar as tensas relações do
país asiático com os Estados
Unidos e a Europa, já que existe
o risco de as indústrias chinesas inundarem os mercados
mundiais com produtos muito
baratos. De acordo com o governo chinês, a capacidade da
indústria siderúrgica chinesa
no ano passado ficou 30% acima da demanda interna.
Além disso, Pequim teme
que o crescimento contínuo da
indústria pesada, que usa muita
energia, prejudique os esforços
do país para atingir as metas de
energia que devem ser determinadas no encontro de Copenhague em dezembro.
Com agências internacionais e "Financial Times"
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