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Alta da carne é sazonal, diz analista
FÁBIA PRATES
em São Paulo
A alta da carne verificada
nos últimos meses, de cerca
de 19%, é um fenômeno sazonal, que deve começar a
ser revertido no início do
próximo ano. A afirmação é
do analista de mercado
agropecuário José Vicente
Ferraz, sócio da FNP Consultoria.
De acordo com ele, dentro
de cinco meses o preço do
produto já deverá ter voltado aos patamares normais.
A arroba da carne hoje está
em torno de R$ 41,50. Em
março, o preço deve ficar entre R$ 33 e R$ 34, diz.
O aumento de preços seria
resultado da conjunção de
três fatores: crescimento das
exportações, estimulado pela desvalorização cambial;
redução das importações,
pelo mesmo motivo; e queda
na produção por causa da
estiagem deste ano e do encolhimento de investimentos pelos pecuaristas.
As exportações de carne
em 98 foram de 370 mil toneladas e as importações, de
79 mil. Neste ano, as vendas
para o mercado externo devem chegar a 650 mil toneladas, e a importação não deve
passar de 25 mil.
Segundo Ferraz, os pecuaristas foram mais cautelosos
na entressafra deste ano, por
causa da experiência vivida
em 97 e 98.
Nesses anos, disse, houve
grandes investimentos, sem
resposta de rentabilidade.
Os problemas na Ásia e na
Rússia e a turbulência da
economia brasileira explicam a frustração.
Os produtores esperavam
alta nos preços naqueles
anos, mas isso não chegou a
acontecer.
"Na série histórica desses
dois anos, o preço na entressafra foi menor do que o da
safra. Isso provocou desânimo e neste ano se investiu
menos na produção."
No ano passado, cerca de
1,5 milhão de cabeças ficaram em confinamento, alimentadas apenas por ração.
Neste ano, não deve passar
de 1,4 milhão.
No total da entressafra, 4,4
milhões de cabeças devem
ficar na engorda intensiva.
No ano passado foram 4,6
milhões.
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