São Paulo, Segunda-feira, 01 de Novembro de 1999
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Alta da carne é sazonal, diz analista

FÁBIA PRATES
em São Paulo

A alta da carne verificada nos últimos meses, de cerca de 19%, é um fenômeno sazonal, que deve começar a ser revertido no início do próximo ano. A afirmação é do analista de mercado agropecuário José Vicente Ferraz, sócio da FNP Consultoria.
De acordo com ele, dentro de cinco meses o preço do produto já deverá ter voltado aos patamares normais. A arroba da carne hoje está em torno de R$ 41,50. Em março, o preço deve ficar entre R$ 33 e R$ 34, diz.
O aumento de preços seria resultado da conjunção de três fatores: crescimento das exportações, estimulado pela desvalorização cambial; redução das importações, pelo mesmo motivo; e queda na produção por causa da estiagem deste ano e do encolhimento de investimentos pelos pecuaristas.
As exportações de carne em 98 foram de 370 mil toneladas e as importações, de 79 mil. Neste ano, as vendas para o mercado externo devem chegar a 650 mil toneladas, e a importação não deve passar de 25 mil.
Segundo Ferraz, os pecuaristas foram mais cautelosos na entressafra deste ano, por causa da experiência vivida em 97 e 98.
Nesses anos, disse, houve grandes investimentos, sem resposta de rentabilidade. Os problemas na Ásia e na Rússia e a turbulência da economia brasileira explicam a frustração.
Os produtores esperavam alta nos preços naqueles anos, mas isso não chegou a acontecer.
"Na série histórica desses dois anos, o preço na entressafra foi menor do que o da safra. Isso provocou desânimo e neste ano se investiu menos na produção."
No ano passado, cerca de 1,5 milhão de cabeças ficaram em confinamento, alimentadas apenas por ração. Neste ano, não deve passar de 1,4 milhão.
No total da entressafra, 4,4 milhões de cabeças devem ficar na engorda intensiva. No ano passado foram 4,6 milhões.




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