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Bovespa avança 1,45%, e dólar cai a R$ 1,737
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão dos dirigentes do
Fed não chegou a trazer euforia
aos mercados. Mas o pregão foi
de ganhos nas principais Bolsas
de Valores. Para a Bovespa, ontem foi mais um dia de recorde
(cravou 65.317 pontos), com
seu principal índice acionário
marcando alta de 1,45%.
A maioria dos investidores
estava posicionada no aguardo
de um corte de 0,25 ponto na
taxa de juros americana, que
caiu de 4,75% para 4,50%. O
que incomodou um pouco o
mercado foi o fato de um dos
membros do Fomc (comitê do
Fed que define os juros) ter votado pela manutenção da taxa.
Logo após a decisão ser
anunciada, na tarde de ontem,
os mercados perderam ritmo
-a Bolsa de Nova York chegou
a recuar 0,10%. Porém logo se
recuperaram: o índice Dow Jones, que reúne as ações americanas mais negociadas, fechou
com alta de 1%, e a Nasdaq se
apreciou em 1,51%. O crescimento do PIB americano no
terceiro trimestre favoreceu o
dia positivo no mercado.
"Não descarto que haja mais
uma redução de 0,25 ponto nos
juros americanos na reunião do
Fomc de dezembro. Mas isso
vai depender muito da evolução dos dados econômicos
americanos até lá", afirma Pedro Paulo Silveira, economista
da Gradual Corretora.
O dólar também quebrou
barreiras. Com recuo de 0,97%,
encerrou as operações vendido
a R$ 1,737, sua menor cotação
diante do real desde 31 de março de 2000.
A atuação do BC no mercado
de câmbio ontem, que foi mais
agressiva -as compras dos
bancos podem ter sido de US$
500 milhões-, não foi suficiente para deter a alta do real.
A continuidade do recuo dos
juros nos EUA -na reunião do
Fomc de setembro, a taxa caiu
de 5,25% para 4,75%- favorece
a migração de recursos para
mercados emergentes, como o
brasileiro. Isso acontece porque as taxas pagas pelos títulos
do Tesouro dos EUA diminuem
e estimulam grandes investidores a migrar para ativos de
maior risco, como ações e papéis da dívida de emergentes.
Dessa forma, é forte a tendência de a moeda norte-americana seguir em queda.
O IPO (oferta pública inicial
de ações) da Bovespa, feito na
semana passada, atraiu forte
volume de dólares ao mercado
brasileiro, favorecendo o recuo
da cotação para baixo de R$
1,75. Como o IPO da BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros) ainda deve ser realizado
neste ano, no mercado discute-se a chance de o dólar testar em
breve o piso de R$ 1,70.
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