|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vendas têm resultado fraco nos EUA
Estimativas preliminares indicam aumento de 3% no faturamento no primeiro final de semana da temporada de compras
Apesar de descontos inéditos, andares inteiros de lojas chegaram a ficar vazios no sábado em NY; expectativa
é que ofertas aumentem
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Apesar de descontos recordes e algumas surpresas positivas, números iniciais do primeiro final de semana após o
feriado de Ação de Graças prenunciaram resultados fracos
para o comércio para a tradicional temporada de compras de
Natal nos EUA, em meio a uma
crise que ameaça a sobrevivência de vários negócios.
Dados preliminares indicam
que as compras da "Black Friday" aumentaram 3%, para
US$ 10,6 bilhões, em relação a
2007, segundo o grupo de pesquisa sobre consumo ShopperTrack RCT. No ano passado, o
aumento foi de 8,3% em relação a 2006. A "Black Friday"
("Sexta-Feira Negra", dia seguinte a Ação de Graças, quando os lojistas fazem promoções
e saem do vermelho) e o final de
semana que se segue costumam somar 10% dos lucros dos
lojistas na temporada. O período até o Natal chega a contar
por 40% dos lucros do ano.
Em meio à crise, o crescimento, ainda que menor que o
normal, surpreendeu. Analistas afirmam que as vendas foram impulsionadas pelas ofertas inéditas de até 70% em algumas lojas. E as mais bem-sucedidas pareciam ser as mais
baratas, como o Wal-Mart, onde um funcionário morreu pisoteado por compradores desesperados por descontos em
Long Island na sexta.
Ainda assim, o varejo não parecia animado. "Não acredito
que o aumento de 3% na "Black
Friday" significará um aumento
de 3% para o resto da temporada", disse Michael Unger, analista de varejo da Consultoria
Archstone. "Acho que veremos
muitos descontos nas duas últimas semanas da estação."
A expectativa é que as ofertas
continuem ou até aumentem
até o Natal, mas não se sabe se o
esforço será traduzido em vendas. Em Nova York, a Bloomingdale's oferecia marcas como Marc Jacobs com até 40%
de desconto, mas não evitou
andares inteiros vazios no final
da tarde de sábado. Na H&M da
rua 59, nem a continuidade de
promoções como "compre uma
blusa e leve outra de graça" aumentou o movimento depois
da sexta-feira. Anteontem, às
18h, não havia fila no caixa.
Com ou sem "Black Friday",
o grupo ShopperTrack projeta
queda de 9,9% no movimento
das lojas. As vendas devem
crescer apenas 0,1% -os dois
números representam baixas
recordes. E 2008 traz ainda outra dificuldade, a temporada
entre a Ação de Graças e o Natal
terá 27 dias, ante 32 em 2007.
"Os consumidores saem com
uma missão neste ano", disse à
CNN o analista de varejo do
grupo NPD Marshal Cohen.
"Estão decididos a encontrar as
melhores ofertas e preocupados com o orçamento." Ele estima queda de 3% nas vendas.
Ainda na sexta, a norte-americana Awilda, 50, que fazia
compras com a filha adolescente na Zara da 5ª Avenida, corroborava a estimativa. "Procuramos um produto específico e só
saímos de casa hoje por causa
dos descontos." No meio da tarde, ela ainda não havia comprado nada. "Meu marido foi demitido no mês passado e não
vou comprar qualquer coisa."
Se as vendas de novembro e
dezembro realmente caírem,
será a primeira contração desde que a Federação Nacional de
Varejo começou a medir números da temporada, em 1992.
Texto Anterior: Ahmadinejad quer se aliar ao Brasil para reformar sistema financeiro global Próximo Texto: Desaceleração global é desafio para a China, afirma Hu Jintao Índice
|