São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2008

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Ahmadinejad quer se aliar ao Brasil para reformar sistema financeiro global

DO ENVIADO ESPECIAL A DOHA

Depois de usar o pódio da ONU para fazer mais um discurso inflamado contra o Ocidente e repetir que o fim de Israel está próximo, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que conta com uma aliança com o Brasil para a promoção de uma ampla reforma do sistema financeiro mundial.
"Hoje, mais do que nunca, o terreno está preparado para uma cooperação entre Irã e Brasil, a fim de estabelecermos um sistema econômico mais justo", disse Ahmadinejad à Folha, momentos depois de discursar na Conferência da ONU de Financiamento para o Desenvolvimento, em Doha.
Enquanto aguardavam Ahmadinejad terminar um encontro com o premiê da República Centro-Africana, membros de sua delegação comentavam com orgulho as semelhanças entre o discurso do líder iraniano e o do presidente Lula contra o sistema financeiro.
No plenário da ONU, Ahmadinejad acusou várias vezes o "bloco capitalista" pela crise, sem deixar de lado as teorias conspiratóras antiamericanas. Entre elas, a de que o governo americano estendeu a crise ao resto do mundo para compensar suas perdas. "Alguns acreditam que os acontecimentos recentes são uma grande jogada dos EUA para enfraquecer seus rivais e atrair suas riquezas para a economia americana", disse Ahmadinejad, que acusou os EUA de "confiscar mais de US$ 300 bilhões" em reservas de países árabes depositadas no país.
Para finalizar, como de hábito, pregou o fim de Israel. "O regime sionista chegou ao fim da linha." Os representantes de Israel e dos EUA, que haviam se retirado do salão pouco antes de Ahmadinejad subir ao pódio, não presenciaram os aplausos recebidos pelo líder iraniano. (MN)


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