São Paulo, quarta-feira, 02 de janeiro de 2008

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Alta da soja freia programa para óleo vegetal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Anunciado em maio de 2006 como uma das soluções para reduzir a dependência do Brasil em relação ao diesel importado, o H-Bio (uso de óleo vegetal para produção de diesel) não decolou. Em junho de 2006, a Petrobras chegou a estimar uma economia de US$ 240 milhões para este ano, com redução de 25% na importação de diesel. O programa, porém, está parado desde agosto de 2007.
Naquele mês, a Petrobras decidiu suspender a produção de H-Bio por causa da alta do preço do óleo de soja, usado no processo. A Petrobras explicou na ocasião que, com o patamar atual do preço do óleo de soja, não vale a pena usá-lo no processo de produção do diesel.
O H-Bio leva pelo menos 10% de óleo vegetal (de soja, principalmente) em sua composição. A estatal informou que a produção de H-Bio está eventual, de acordo com a cotação do óleo de soja.
Em maio de 2006, quando o governo anunciou o programa, o óleo de soja estava cotado a US$ 203,32 por tonelada, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP). Em novembro de 2007, o preço estava em US$ 385,57, o que significou aumento de 89,64%.
Em nota, a Petrobras informou que o mercado de óleo vegetal para os biocombustíveis, "particularmente, o de óleo de soja, por ser um mercado novo, passa por um momento de ajuste natural entre oferta e demanda e apresenta, de forma conjuntural, preços desfavoráveis ao processamento [do H-Bio]". Para a estatal, a suspensão da produção "não representa nenhum tipo de perda para a companhia".
A empresa informa que tem possibilidade de operar com óleo vegetal "por oportunidade", ou seja, quando os preços estiverem baixos, e que pode trabalhar com outros tipos de óleo vegetal, que não o de soja.
Segundo o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, podem ser usados dendê (palma), mamona, girassol, babaçu, amendoim e pinhão manso, entre outros. A gordura animal também serve ao processamento de biodiesel.
A estatal informou ainda que alcançou a meta de 256 milhões de litros por ano como capacidade de processamento do H-Bio. Neste ano, a empresa fará testes industriais em mais três refinarias e deverá ampliar a capacidade de processamento.
O processo mais utilizado na produção de biodiesel é a transesterificação, que provoca reação química dos óleos vegetais ou gorduras animais com o álcool comum ou o metanol.


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