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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Mercado "pediu mesa", diz economista
O mercado iniciou o dia ontem dando sinais de que a crise
mundial poderia ser mais séria
do que se imaginava. A Bolsa
brasileira chegou cair 4%, mas
depois se recuperou e fechou
com uma queda de apenas
0,77%. Números positivos da
economia norte-americana foram responsáveis por essa melhora de humor.
Para o economista Octavio
de Barros, diretor de pesquisa
macroeconômica do Bradesco,
o movimento de ontem mostra
que as cartas serão dadas, a partir de agora, pelos Estados Unidos. "O nome do jogo agora é o
comportamento dos Estados
Unidos. Se a maré se acalmar
por lá, tudo se acalma por aqui."
Já se houver algum estrago
maior nas Bolsas americanas,
Barros acredita que ocorreria,
sim, alguma recessão nos EUA.
As perdas das famílias norte-americanas seriam enormes, e
o mundo inteiro iria sentir.
Nesse caso, o cenário traçado
pelo ex-Fed Alan Greenspan,
de recessão nos EUA, se confirmaria. Mas Barros não acredita
que isso aconteça.
A principal mensagem desses episódios, segundo Octavio
de Barros, é que está ocorrendo
agora um reordenamento de
posições de fundos globais que
estavam posicionados nos mais
diversos mercados.
Para Barros, o gatilho de
Xangai incentivou uma importante realização de lucros desses fundos e um tempo de observação dos mercados para saber até onde se estende essa
turbulência. "Alguns atores
nessa hora "pedem mesa" para
observar o jogo", diz Barros,
usando jargão de pôquer.
O economista Roberto Padovani, do WestLB, também está
otimista. Ele acha que a turbulência de agora será passageira.
Pelos seus cálculos, levará menos tempo do que a de maio do
ano passado, que durou cerca
de um mês e meio.
Para Padovani, a crise atual
foi fruto de uma combinação de
mercados muito alavancados
com incertezas de curto prazo
no mercado chinês. Como houve uma redução expressiva da
alavancagem, com a realização
de lucros, ele não vê motivos
para a correção se estender por
muito tempo.
Ex-ministro da Fazenda é vítima do leão
O ex-ministro da Fazenda
Mailson da Nóbrega está
sendo vítima do leão. Uma
de suas empresas, a Mailson
da Nóbrega Consultoria, foi
autuada pelo não-pagamento de tributos, que, segundo
ele, já haviam sido pagos em
1998 e 1999. Ele levou os
comprovantes à Receita,
mas de nada adiantou.
O ex-ministro teve sua
empresa inscrita na dívida
ativa e foi iniciado o processo de cobrança judicial, sem
ter sido notificado. Há poucos dias, recebeu a visita de
um oficial de Justiça, que o
solicitou bens para penhora.
O ex-ministro convenceu o
oficial a dar-lhe um prazo
para resolver o problema.
"Só que o processo não anda", diz Mailson.
Para piorar, um banco exige dele agora certidão negativa de débitos para receber
o pagamento de serviços
prestados, o que ele só conseguirá com a conclusão de
seus processos na Receita.
A Receita Federal afirma
que não trata de questões
particulares de contribuintes publicamente para respeitar o sigilo fiscal.
MODA DE AVENTURA
A Kailash, fabricante de roupas e equipamentos esportivos, passa a adotar, neste ano, uma nova atitude em relação
à sua produção. Em abril, a marca lança uma coleção que,
pela primeira vez, receberá tratamento de moda. A partir de
agora, a Kailash passa produzir duas coleções por ano, sendo
a segunda lançada em agosto. O objetivo, segundo Roberto
Eli, diretor-presidente da Kailash, é "atender também pessoas que não praticam esportes, mas gostam do estilo". Ele
afirma que a empresa, no entanto, não vai deixar de trabalhar com os produtos técnicos. A estratégia também vai permitir que os esportistas consumam o produto mesmo quando não estiverem praticando as atividades.
CAPÍTULO
Chega ao fim, nos próximos dias, a novela sobre a
autorização para o grupo Telefônica operar sua própria
TV por assinatura via satélite (DTH). A tele fez o pedido
em maio de 2006 e, desde
então, aguarda um posicionamento da Anatel. A agência deve deliberar sobre o assunto até o dia 15. A tendência é liberar a autorização,
mas com restrições que evitem poder de mercado excessivo nos serviços convergentes (telefone, banda larga
e TV por assinatura).
GARUPA
A W/Brasil venceu a concorrência promovida pela
BMW Motorrad Brasil, divisão de motocicletas da montadora alemã.
NA CÂMARA
Luiz Fernando Furlan
(Desenvolvimento) falará
sobre o PAC no dia 14 na Comissão de Desenvolvimento
da Câmara, a convite do deputado Albano Franco
(PSDB-SE), vice-presidente
da comissão.
CARTEIRA
A TAM efetivou ontem
1.500 profissionais de aeroportos que trabalhavam em
prestadoras de serviços.
AQUISIÇÃO
O grupo britânico Ogilvy,
um dos maiores publicitários do mundo, anuncia hoje
a aquisição de parte da agência de propaganda Etco,
criada há 20 anos pela empresária Luiza Trajano para
cuidar de sua rede de varejo,
a Magazine Luiza. A papelada foi assinada na noite de
quarta por Sérgio Amado,
presidente da Ogilvy no Brasil, e por Luiza Trajano. O
grupo Ogilvy, segundo Amado, quer entrar pesado na
área de varejo.
NA ESTEIRA
A partir de hoje, a Gol vai
oferecer check-in pela internet também para passageiros com bagagem.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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