São Paulo, sexta-feira, 02 de março de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Mercado "pediu mesa", diz economista

O mercado iniciou o dia ontem dando sinais de que a crise mundial poderia ser mais séria do que se imaginava. A Bolsa brasileira chegou cair 4%, mas depois se recuperou e fechou com uma queda de apenas 0,77%. Números positivos da economia norte-americana foram responsáveis por essa melhora de humor.
Para o economista Octavio de Barros, diretor de pesquisa macroeconômica do Bradesco, o movimento de ontem mostra que as cartas serão dadas, a partir de agora, pelos Estados Unidos. "O nome do jogo agora é o comportamento dos Estados Unidos. Se a maré se acalmar por lá, tudo se acalma por aqui."
Já se houver algum estrago maior nas Bolsas americanas, Barros acredita que ocorreria, sim, alguma recessão nos EUA. As perdas das famílias norte-americanas seriam enormes, e o mundo inteiro iria sentir.
Nesse caso, o cenário traçado pelo ex-Fed Alan Greenspan, de recessão nos EUA, se confirmaria. Mas Barros não acredita que isso aconteça.
A principal mensagem desses episódios, segundo Octavio de Barros, é que está ocorrendo agora um reordenamento de posições de fundos globais que estavam posicionados nos mais diversos mercados.
Para Barros, o gatilho de Xangai incentivou uma importante realização de lucros desses fundos e um tempo de observação dos mercados para saber até onde se estende essa turbulência. "Alguns atores nessa hora "pedem mesa" para observar o jogo", diz Barros, usando jargão de pôquer.
O economista Roberto Padovani, do WestLB, também está otimista. Ele acha que a turbulência de agora será passageira. Pelos seus cálculos, levará menos tempo do que a de maio do ano passado, que durou cerca de um mês e meio.
Para Padovani, a crise atual foi fruto de uma combinação de mercados muito alavancados com incertezas de curto prazo no mercado chinês. Como houve uma redução expressiva da alavancagem, com a realização de lucros, ele não vê motivos para a correção se estender por muito tempo.

Ex-ministro da Fazenda é vítima do leão

O ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega está sendo vítima do leão. Uma de suas empresas, a Mailson da Nóbrega Consultoria, foi autuada pelo não-pagamento de tributos, que, segundo ele, já haviam sido pagos em 1998 e 1999. Ele levou os comprovantes à Receita, mas de nada adiantou.
O ex-ministro teve sua empresa inscrita na dívida ativa e foi iniciado o processo de cobrança judicial, sem ter sido notificado. Há poucos dias, recebeu a visita de um oficial de Justiça, que o solicitou bens para penhora. O ex-ministro convenceu o oficial a dar-lhe um prazo para resolver o problema. "Só que o processo não anda", diz Mailson.
Para piorar, um banco exige dele agora certidão negativa de débitos para receber o pagamento de serviços prestados, o que ele só conseguirá com a conclusão de seus processos na Receita.
A Receita Federal afirma que não trata de questões particulares de contribuintes publicamente para respeitar o sigilo fiscal.

MODA DE AVENTURA
A Kailash, fabricante de roupas e equipamentos esportivos, passa a adotar, neste ano, uma nova atitude em relação à sua produção. Em abril, a marca lança uma coleção que, pela primeira vez, receberá tratamento de moda. A partir de agora, a Kailash passa produzir duas coleções por ano, sendo a segunda lançada em agosto. O objetivo, segundo Roberto Eli, diretor-presidente da Kailash, é "atender também pessoas que não praticam esportes, mas gostam do estilo". Ele afirma que a empresa, no entanto, não vai deixar de trabalhar com os produtos técnicos. A estratégia também vai permitir que os esportistas consumam o produto mesmo quando não estiverem praticando as atividades.

CAPÍTULO
Chega ao fim, nos próximos dias, a novela sobre a autorização para o grupo Telefônica operar sua própria TV por assinatura via satélite (DTH). A tele fez o pedido em maio de 2006 e, desde então, aguarda um posicionamento da Anatel. A agência deve deliberar sobre o assunto até o dia 15. A tendência é liberar a autorização, mas com restrições que evitem poder de mercado excessivo nos serviços convergentes (telefone, banda larga e TV por assinatura).

GARUPA
A W/Brasil venceu a concorrência promovida pela BMW Motorrad Brasil, divisão de motocicletas da montadora alemã.

NA CÂMARA
Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) falará sobre o PAC no dia 14 na Comissão de Desenvolvimento da Câmara, a convite do deputado Albano Franco (PSDB-SE), vice-presidente da comissão.

CARTEIRA
A TAM efetivou ontem 1.500 profissionais de aeroportos que trabalhavam em prestadoras de serviços.

AQUISIÇÃO
O grupo britânico Ogilvy, um dos maiores publicitários do mundo, anuncia hoje a aquisição de parte da agência de propaganda Etco, criada há 20 anos pela empresária Luiza Trajano para cuidar de sua rede de varejo, a Magazine Luiza. A papelada foi assinada na noite de quarta por Sérgio Amado, presidente da Ogilvy no Brasil, e por Luiza Trajano. O grupo Ogilvy, segundo Amado, quer entrar pesado na área de varejo.

NA ESTEIRA
A partir de hoje, a Gol vai oferecer check-in pela internet também para passageiros com bagagem.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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