São Paulo, sexta-feira, 02 de março de 2007

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Commodities não devem ser afetadas

DA REDAÇÃO

A correção de preços dos últimos dias nos mercados, ao menos a que atingiu os preços de commodities, não deve se sustentar no médio prazo, segundo analistas. A razão é que não houve alterações nos fundamentos da economia mundial que justifiquem tais expectativas.
"É um movimento pontual. Como os preços de algumas commodities estão próximos de picos, qualquer motivo ou rumor -e foi o que ocorreu, porque não houve nada concreto- é razão para realizar lucros ou mexer com os mercados", diz Alessandra Ribeiro, da Tendências.
É o caso do cobre, que atingira na segunda passada o maior valor desde dezembro na Bolsa de Metais de Londres. O metal perdeu mais de 1% na terça e ficou estável nos dois últimos dias.
O índice Reuters/Jefferies CRB, que abrange contratos futuros de 19 commodities, também chegou ao maior nível em quase três meses no início desta semana. Caiu nos últimos três dias.
Avaliação semelhante tem Luís Suzigan, da LCA Consultores. Para ele, eventuais novas medidas do governo chinês para conter o crescimento da economia ou do mercado acionário não devem causar desaceleração brusca da atividade.
"O maior perigo [para os mercados mundiais] não está na China, e sim na economia americana, que deve desacelerar neste ano", diz.
Ele cita o aumento da inadimplência no mercado secundário de hipotecas nos EUA como um dos indícios de uma eventual nova onda de correção do setor imobiliário no país, o que afetaria metais como o cobre.
Para Alex Agostini, da Austin Rating, neste momento de reavaliação dos cenários pelos investidores, é provável que haja realocação de recursos do mercado acionário para commodities agrícolas, devido até ao esperado aumento do consumo de biocombustíveis como o etanol.
O contrato do açúcar, por exemplo, que já subira quase 4% na terça em Nova York, voltou a se aproximar desse patamar de alta ontem.
(MARCELO SAKATE)


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