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Commodities não devem ser afetadas
DA REDAÇÃO
A correção de preços dos
últimos dias nos mercados,
ao menos a que atingiu os
preços de commodities, não
deve se sustentar no médio
prazo, segundo analistas. A
razão é que não houve alterações nos fundamentos da
economia mundial que justifiquem tais expectativas.
"É um movimento pontual. Como os preços de algumas commodities estão próximos de picos, qualquer motivo ou rumor -e foi o que
ocorreu, porque não houve
nada concreto- é razão para
realizar lucros ou mexer com
os mercados", diz Alessandra
Ribeiro, da Tendências.
É o caso do cobre, que atingira na segunda passada o
maior valor desde dezembro
na Bolsa de Metais de Londres. O metal perdeu mais de
1% na terça e ficou estável
nos dois últimos dias.
O índice Reuters/Jefferies
CRB, que abrange contratos
futuros de 19 commodities,
também chegou ao maior nível em quase três meses no
início desta semana. Caiu
nos últimos três dias.
Avaliação semelhante tem
Luís Suzigan, da LCA Consultores. Para ele, eventuais
novas medidas do governo
chinês para conter o crescimento da economia ou do
mercado acionário não devem causar desaceleração
brusca da atividade.
"O maior perigo [para os
mercados mundiais] não está na China, e sim na economia americana, que deve desacelerar neste ano", diz.
Ele cita o aumento da inadimplência no mercado secundário de hipotecas nos
EUA como um dos indícios
de uma eventual nova onda
de correção do setor imobiliário no país, o que afetaria
metais como o cobre.
Para Alex Agostini, da Austin Rating, neste momento
de reavaliação dos cenários
pelos investidores, é provável que haja realocação de recursos do mercado acionário
para commodities agrícolas,
devido até ao esperado aumento do consumo de biocombustíveis como o etanol.
O contrato do açúcar, por
exemplo, que já subira quase
4% na terça em Nova York,
voltou a se aproximar desse
patamar de alta ontem.
(MARCELO SAKATE)
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