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Mantega reafirma que Brasil está "sólido"
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a dizer ontem que a economia brasileira
passa sem sobressaltos pela
instabilidade externa provocada pela crise dos últimos dias
na economia chinesa.
Segundo ele, pode haver "alguma perda" no superávit comercial e o dólar deve apresentar ligeira valorização, mas os
fundamentos da economia colocados em prática pelo governo conferem ao Brasil "cacife"
para enfrentar a turbulência
em uma "situação confortável".
Mantega manteve a posição
mesmo depois de informado
que a instabilidade na China
derrubou o índice Bovespa em
até quatro pontos durante a
manhã de ontem.
"Posso garantir que o Brasil
nunca esteve tão habilitado, tão
sólido e preparado para enfrentar esse tipo de coisa [crises globais de mercado]", disse.
O ministro se encontrou ontem com empresários, políticos
e representantes da região Sul
na reunião regional do CDES
(Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) para
discussão do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento), ocorrida em Curitiba.
Mantega chegou a brincar
com os dados da instabilidade
do mercado. Disse que "vários
empresários ficam até contentes" com a pequena desvalorização do real, mas que "dólar a
R$ 2,14 [valor atingido no final
da manhã] não ameaça em nada" a economia brasileira.
Mantega descartou intervenção do governo federal para
mudança do regime de câmbio
flexível e defendeu aumento
das importações como medida
para equilibrar o câmbio.
""Precisamos estimular muito o crescimento da demanda
interna. A taxa de 4,7% do ano
passado é pouca para o Brasil.
Precisamos de 6,5%", disse.
Ele apontou o ciclo de elevação do preço das commodities
-que ocorre há cinco anos no
mercado internacional- como
uma das causas do aquecimento do câmbio.
Mantega identificou o câmbio como ""o maior problema
que tira o sono dos ministros da
área econômica", mas disse que
o governo não pretende recuar
do caminho do câmbio flexível
que adotou.
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