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Economia mantém ritmo do final de 2006
Em janeiro, crescem produção de carros e de embalagens, consumo de energia e atividade da indústria
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira mantém neste início de ano o ritmo
de crescimento do final do ano
passado, considerado moderado, na avaliação de economistas e de representantes da indústria e do comércio.
Em janeiro, cresceram a produção de carros e de embalagens, o consumo de energia elétrica, a arrecadação de IPI, o
fluxo de veículos nas estradas e
o ritmo de atividade da indústria paulista, tanto na comparação com janeiro quanto com
dezembro do ano passado.
O crescimento da massa real
de salários, de 6,7%, em média,
em 2006, a expansão do crédito, o alongamento de prazos de
financiamento e a formalização
de empregos puxaram o crescimento do país no ano passado e
também neste início de ano.
"O país está, sim, em fase de
crescimento, que não é grande.
É puxado por setores que têm
apoio do crédito no mercado
interno e de preços de commodities no mercado externo", diz
Claudio Vaz, presidente do
Ciesp (Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo).
Em janeiro, a produção de
veículos cresceu 4,2%, e a de
papelão para embalagens, 1,1%,
na comparação com igual mês
de 2006. O consumo de energia
subiu 3,1%, a arrecadação de
IPI, 5,8%, e o fluxo de veículos
nas estradas, 4,5%, no período.
O INA (Indicador de Nível de
Atividade) da indústria paulista
subiu 4,2% em janeiro na comparação com igual mês do ano
passado e 0,8% (desconsiderando efeitos sazonais) em relação a dezembro de 2006.
"A indústria paulista entra
em 2007 no mesmo ritmo do final do ano passado. O crescimento de 4,2% do INA em janeiro é pontual. Se olharmos o
acumulado de 12 meses, que
mostra tendência, vemos que a
indústria mantém moderado
ritmo de crescimento desde setembro de 2006", afirma Paulo
Francini, diretor do Depecon
(Departamento de Pesquisas e
Estudos Econômicos) da Fiesp.
Os pedidos para as indústrias
de embalagens, consideradas
termômetro da economia, são,
neste início de ano, "um pouco"
superiores aos do mesmo período de 2006, afirma Luciana
Pellegrino diretora-executiva
da Abre, associação de fabricantes de embalagens.
Em 2006, a indústria de embalagem produziu o mesmo volume que em 2005. Para 2007,
a Abre prevê crescimento de
produção em torno de 2%. "A
produção de embalagens está
muito ligada aos setores de
não-duráveis, como de alimentos. Com o aumento da massa
salarial, o consumo desses produtos tende a subir e a puxar o
setor de embalagens", diz.
Nos cálculos de Sérgio Vale,
economista da MB Associados,
a produção industrial deve
crescer 3,4% em janeiro deste
ano na comparação com igual
mês de 2006 e cair 1,2% em relação a dezembro de 2006.
"Isso quer dizer que a indústria começa o ano com ritmo
moderado. As vendas no final
do ano passado foram mais fracas do que se previa e, portanto,
a indústria começou o ano mais
estocada do que esperava."
Para economistas da Fecomercio e da ACSP (Associação
Comercial de São Paulo), as
vendas estão em ritmo morno.
No primeiro bimestre deste
ano, as consultas ao SPC, indicador das vendas a prazo, subiram 4,8% na comparação com
igual período de 2006. As consultas ao Usecheque, termômetro das vendas à vista, cresceram 2,3%, no período. "O consumo está morno. As vendas à
vista estão mais fracas, o que
sugere que o consumidor não
está com tanta renda disponível para gastar", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.
Os economistas já estão
preocupados com a alta da inadimplência. "Se o consumidor
não for mais moderado na tomada de crédito e as financeiras, mais prudentes, o país pode
vir a ter problemas em meados
do ano", diz Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores.
Em janeiro, a inadimplência
nas operações de crédito pessoal chegou a representar 28%
dos empréstimos concedidos
pelo sistema financeiro, excluindo o crédito consignado,
segundo levantamento feito
pelo Banco Central.
"A inadimplência continua
subindo, mas não é nada alarmante", diz Alfieri. Em janeiro,
ela correspondia a 5,6% dos
empréstimos concedidos. Em
fevereiro, esse percentual pulou para 6,3%. A inadimplência
já passou de 10% em 1998.
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