São Paulo, sexta-feira, 02 de março de 2007

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BALANÇA COMERCIAL

Em fevereiro, exportação supera importação em US$ 2,9 bilhões

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após queda em janeiro, o saldo da balança comercial voltou a subir no mês passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. Em fevereiro, as exportações superaram as importações em US$ 2,878 bilhões -valor 2,8% maior que em fevereiro de 2006. A alta foi suficiente para fazer do superávit do mês passado o mais elevado para um mês de fevereiro.
Mas o saldo acumulado no primeiro bimestre deste ano foi menor do que no ano passado: US$ 5,369 bilhões em 2007, contra US$ 5,620 bilhões em 2006.
Segundo análises de economistas do setor privado, os números observados até agora indicam que a balança comercial deve, neste ano, ter desempenho semelhante ao de 2006. Nas contas do Unibanco, o superávit de 2007 deve ficar em US$ 45,5 bilhões. O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) fala em US$ 44 bilhões.
No ano passado, o superávit foi de US$ 46 bilhões. "O desempenho comercial brasileiro não será mais favorável do que no ano anterior, mas ainda não há indicação segura de que esse desempenho será significativamente pior", diz relatório do Iedi.
Confirmada as projeções, o comércio exterior poderia ajudar a manter o fluxo de capital externo para o Brasil num ano que pode ser marcado por turbulências no cenário internacional -como indica o nervosismo dos mercados financeiros.
Já a manutenção do saldo comercial nos níveis próximos dos de 2006 pode frustrar aqueles que contam com um aumento mais forte das importações para conter a queda do dólar. A valorização do real é apontada como um dos responsáveis pelo baixo crescimento da economia no ano passado.
Ao divulgar os números da balança em fevereiro, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, disse que "a taxa de câmbio continua num nível abaixo do que se gostaria". Apesar disso, afirmou que a expectativa é que, ao contrário do mês passado, o saldo da balança comercial comece a se reduzir gradualmente até o final do ano.
O secretário não falou em projeções para o superávit deste ano, mas disse que, mesmo com o aumento esperado das importações, as exportações continuarão a crescer. A meta do governo é fazer com que as vendas para o exterior cheguem a US$ 152 bilhões -foram US$ 137 bilhões no ano passado.
Para estimular essas vendas, Meziat disse que o governo prepara algumas medidas. Entre elas, uma missão composta por membros do governo e do setor privado que devem embarcar para a China até o final do primeiro semestre deste ano.
O objetivo é tentar abrir o mercado local para produtos industrializados brasileiros -hoje, as exportações brasileiras são principalmente soja e minério de ferro.


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