São Paulo, sexta-feira, 02 de março de 2007

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AmBev lucra mais e leva InBev a ser 1ª do mundo

Empresa belgo-brasileira supera rival dos EUA em vendas líquidas

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A AmBev, maior cervejaria do país, lucrou R$ 2,8 bilhões em 2006, montante 81,5% superior ao registrado em 2005, informou ontem a companhia. As vendas líquidas subiram 10,4% e atingiram R$ 17,6 bilhões. O desempenho positivo refletiu-se diretamente nos resultados da InBev, grupo belga-brasileiro dono da AmBev. A InBev se tornou a maior companhia cervejeira do mundo em vendas líquidas. Até então, a empresa era líder em volume de produção.
Pelos dados, a InBev registrou vendas líquidas de 13,3 bilhões em 2006 -alta de 7,9% em relação a 2005-, o equivalente a cerca de US$ 17,6 bilhões (com base no câmbio do último dia de 2006). A Anheuser-Bush, multinacional norte-americana dona da marca Budweiser, fechou o ano com receita líquida de US$ 15,7 bilhões -inferior, portanto, à da concorrente belgo-brasileira.
Nas últimas semanas, aumentaram rumores de fusão entre as duas multinacionais -especulação não comentada pelas duas partes.
Em termos de volume de produção, a posição se mantém: a InBev produziu 211,5 milhões de hectolitros de cerveja em 2006 (cada hectolitro equivale a um litro), o que lhe dá a liderança mundial. Já a norte-americana colocou no mercado 125 milhões de barris de cerveja, correspondente a 204 milhões de hectolitros da bebida -menos do que o fabricado pela concorrente.
Analistas como Marcio Kawassaki, da Fator Corretora, disseram ontem que os resultados da AmBev no Brasil superaram as expectativas do mercado. Para a empresa, o resultado foi "muito satisfatório".
A receita obtida por hectolitro de cerveja subiu 4,6%, resultado de reajustes no preço da bebida em 2005 e do crescimento na venda de marcas de preço mais elevado. No caso dos refrigerantes, aumentos escalonados nos preços em 2006 também repercutiram no aumento da receita por hectolitro, informa o balanço.
Ao mesmo tempo em que o grupo tenta expandir suas vendas no exterior -por meio da Brahma-, cresceu a participação do Brasil nas vendas totais da AmBev. Do valor faturado entre setembro e dezembro, 62,8% vieram do Brasil -contra 52% no ano anterior-e 17,6% da América do Norte (atingiu 25% em 2006).
A empresa de bebidas Molson Coors saiu do Brasil de forma definitiva: vendeu os 15% de participação na Kaiser à mexicana Femsa -dona de 68% da empresa- por US$ 16 milhões. A Molson informou várias vezes em balanços que registrava desempenhos abaixo do esperado no país.


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