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Crédito para emergentes fica mais restrito
Relatório do BIS aponta recuo de US$ 286 bi no último trimestre de 2008; caem ativos de bancos na América Latina
Emissão de títulos de dívida
de empresas do Brasil
diminui de US$ 12,5 bi, em
setembro, para US$ 11,8 bi, em dezembro de 2008
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O crédito para mercados
emergentes continuou mais
restrito no último trimestre de
2008 e caiu US$ 286 bilhões, de
acordo com o BIS (Banco de
Compensações Internacionais), com sede em Basileia, na
Suíça.
Bancos que reportam ao BIS
ativos estrangeiros na América
Latina registraram declínio de
US$ 101 bilhões.
Apesar de a depreciação da
taxa de câmbio "ampliar" essa
contração em cifras em dólar,
essa queda também reflete, em
parte, a venda do ABN na América Latina.
O total de ativos brutos internacionais das instituições financeiras cresceu de US$ 248
bilhões para US$ 37,5 trilhões.
O aumento decorre, sobretudo,
de maior atividade intragrupo,
de acordo com o "Informe Trimestral" do BIS, que é uma espécie de banco central dos bancos centrais.
Empréstimos a outros bancos (não-afiliados) recuaram
US$ 173 bilhões, num reflexo
das graves dificuldades que a
atividade bancária atravessa
depois da quebra do americano
Lehman Brothers, no último
dia 15 de setembro.
Boa parte dessa redução foi
causada por bancos franceses,
belgas e alemães.
Com o fechamento dos mercados interbancários no final
de setembro, os bancos buscaram outras fontes de financiamento em dólares.
Seus passivos ante os bancos
centrais de seus países aumentaram drasticamente no terceiro trimestre, refletindo em parte o seu uso de linhas de "swap"
dos governos.
Títulos de dívida
A emissão de títulos internacionais de dívida de empresas
do Brasil caiu de US$ 12,5 bilhões, em setembro passado,
para US$ 11,8 bilhões, em dezembro. No último trimestre
de 2007, havia sido de US$ 14,2
bilhões.
A emissão pública do país
caiu de US$ 52,4 bilhões para
US$ 51,4 bilhões, no último trimestre do ano passado, segundo dados do Banco de Compensações Internacionais.
A emissão líquida internacional de títulos (bônus e notas)
aumentou no quarto trimestre
do ano passado para US$ 624,3
bilhões, uma elevação substancial se comparados aos US$ 253
bilhões reportados no terceiro
trimestre.
As instituições financeiras
registraram os maiores aumentos nessas emissões ao receber
apoio de planos governamentais de garantias para bônus
bancários na Europa e nos Estados Unidos.
O incremento mais significativo foi o de emissões líquidas
de bônus com garantia hipotecária no Reino Unido, na Alemanha, na Bélgica, na Espanha
e na Itália.
Alguns leilões de dívida na
região do euro, porém, foram
cancelados nos últimos meses
do ano passado.
A Alemanha, mais de uma
vez, encontrou pouca demanda
para novas emissões de títulos,
dada a maior oferta que causou
aumento da concorrência nesse mercado.
Derivativos
A atividade nos mercados de
derivativos continuou a se reduzir no último trimestre do
ano passado. O volume total
caiu de US$ 543 trilhões do trimestre anterior para US$ 408
trilhões, o nível mais baixo dos
últimos dois anos.
A emissão de notas promissórias ("commercial papers")
caiu 24% no quarto trimestre
do ano passado. A queda foi de
11,9% em dólares e 31,9% em
euros. Nos Estados Unidos, o
recuo desse tipo de emissão foi
de 20%.
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