São Paulo, segunda-feira, 02 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crédito para emergentes fica mais restrito

Relatório do BIS aponta recuo de US$ 286 bi no último trimestre de 2008; caem ativos de bancos na América Latina

Emissão de títulos de dívida de empresas do Brasil diminui de US$ 12,5 bi, em setembro, para US$ 11,8 bi, em dezembro de 2008

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O crédito para mercados emergentes continuou mais restrito no último trimestre de 2008 e caiu US$ 286 bilhões, de acordo com o BIS (Banco de Compensações Internacionais), com sede em Basileia, na Suíça.
Bancos que reportam ao BIS ativos estrangeiros na América Latina registraram declínio de US$ 101 bilhões.
Apesar de a depreciação da taxa de câmbio "ampliar" essa contração em cifras em dólar, essa queda também reflete, em parte, a venda do ABN na América Latina.
O total de ativos brutos internacionais das instituições financeiras cresceu de US$ 248 bilhões para US$ 37,5 trilhões. O aumento decorre, sobretudo, de maior atividade intragrupo, de acordo com o "Informe Trimestral" do BIS, que é uma espécie de banco central dos bancos centrais.
Empréstimos a outros bancos (não-afiliados) recuaram US$ 173 bilhões, num reflexo das graves dificuldades que a atividade bancária atravessa depois da quebra do americano Lehman Brothers, no último dia 15 de setembro.
Boa parte dessa redução foi causada por bancos franceses, belgas e alemães.
Com o fechamento dos mercados interbancários no final de setembro, os bancos buscaram outras fontes de financiamento em dólares.
Seus passivos ante os bancos centrais de seus países aumentaram drasticamente no terceiro trimestre, refletindo em parte o seu uso de linhas de "swap" dos governos.

Títulos de dívida
A emissão de títulos internacionais de dívida de empresas do Brasil caiu de US$ 12,5 bilhões, em setembro passado, para US$ 11,8 bilhões, em dezembro. No último trimestre de 2007, havia sido de US$ 14,2 bilhões.
A emissão pública do país caiu de US$ 52,4 bilhões para US$ 51,4 bilhões, no último trimestre do ano passado, segundo dados do Banco de Compensações Internacionais.
A emissão líquida internacional de títulos (bônus e notas) aumentou no quarto trimestre do ano passado para US$ 624,3 bilhões, uma elevação substancial se comparados aos US$ 253 bilhões reportados no terceiro trimestre.
As instituições financeiras registraram os maiores aumentos nessas emissões ao receber apoio de planos governamentais de garantias para bônus bancários na Europa e nos Estados Unidos.
O incremento mais significativo foi o de emissões líquidas de bônus com garantia hipotecária no Reino Unido, na Alemanha, na Bélgica, na Espanha e na Itália.
Alguns leilões de dívida na região do euro, porém, foram cancelados nos últimos meses do ano passado.
A Alemanha, mais de uma vez, encontrou pouca demanda para novas emissões de títulos, dada a maior oferta que causou aumento da concorrência nesse mercado.

Derivativos
A atividade nos mercados de derivativos continuou a se reduzir no último trimestre do ano passado. O volume total caiu de US$ 543 trilhões do trimestre anterior para US$ 408 trilhões, o nível mais baixo dos últimos dois anos.
A emissão de notas promissórias ("commercial papers") caiu 24% no quarto trimestre do ano passado. A queda foi de 11,9% em dólares e 31,9% em euros. Nos Estados Unidos, o recuo desse tipo de emissão foi de 20%.


Texto Anterior: Paulista lidera pregão virtual com rentabilidade de 64%
Próximo Texto: FolhaInvest
Fundo de índice de ações ganha espaço na Bovespa

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.