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Internet e softwares transformam o varejo
STEVE LOHR
DO "NEW YORK TIMES"
O varejo está emergindo como campo de testes do poderio
da computação e de softwares
inteligentes nas suas aplicações
reais: no caso, determinar as
maneiras pelas quais variáveis
como situação econômica domiciliar e comportamento afetam as compras.
Grupos de varejo como o
Walmart estudam há muito os
dados sobre as vendas de suas
lojas e as informações demográficas, a fim de direcionar
produtos às diferentes unidades e administrar melhor os suprimentos. Mas o que está mudando, dizem os especialistas, é
que temos agora rápida elevação no volume de dados que o
varejo pode explorar e nas ferramentas de computação para
interpretá-los de forma efetiva.
A explosão dos dados abarca
fontes internas, como informações de pontos de venda e de
serviços de transporte, a fontes
externas, como o Censo.
As empresas também acompanham os visitantes de seus
sites de comércio eletrônico, os
membros de redes sociais como Facebook e os usuários de
celulares inteligentes. As melhores ferramentas, dizem, são
computadores super-rápidos e
softwares especializados que
servem para identificar informações e padrões de dados.
Os grupos de varejo estudam
cada vez mais vastos repositórios de informações digitais a
fim de melhorar suas decisões
quanto a preços, produtos exibidos nas lojas e ofertas.
"Esse imenso e crescente
ecossistema de dados é um ativo que alguns grupos de varejo
estão realmente começando a
explorar a fim de extrair vantagens competitivas", disse Thomas Davenport, do Babson College. "Isso põe mais ciência no
negócio. Depender de instinto
é estratégia do passado no varejo."
Mas mesmo entusiastas da
computação reconhecem que a
tecnologia se sai bem melhor
na sintonia fina de preços, seleção de produtos e padrões de
transporte do que em decisões
básicas de negócios como que
produtos fabricar ou adquirir.
É essa certamente a estratégia da Wet Seal, cadeia especializada de varejo de roupas com
500 unidades, voltada ao público feminino adolescente. A Wet
Seal é um dos grupos ditos de
"moda rápida", seguindo tendências que mudam rapidamente. Ela precisa operar em
prazo curto -às vezes, só três
semanas- para colocar roupas
e sapatos nas lojas depois que
seus compradores tomam decisões. Acompanhar de perto as
mudanças de gosto entre as jovens é crucial, de acordo com
Edmond Thomas, o presidente-executivo da companhia.
As lojas do grupo respondem
por mais de 80% das vendas da
Wet Seal, mas sua presença na
web está crescendo, e o site
vem sendo usado como fonte
de informações de marketing,
não só de receita.
Em 2009, o grupo introduziu
recurso on-line conhecido como Outfitter, que permite às
usuárias montarem conjuntos
de roupas on-line. Uma vez
criados, eles são postados, e outras usuárias podem vê-los, comentá-los e trocar recomendações. Até o momento, mais de
300 mil conjuntos gerados por
usuários foram criados, atraindo milhões de visitas.
"Podemos interpretar para
onde nossas clientes estão indo
com mais rapidez do que no
passado", disse Thomas. Os
looks criados pelas usuárias,
afirma, ajudaram a empresa a
perceber os primeiros sinais de
uma tendência a roupas mais
informais -blusas elegantes
acompanhadas por saias ou calças mais casuais.
Em outubro, a Wet Seal criou
um aplicativo para o iPhone, o
iRunway. Com ele, um cliente
pode digitar o número de etiqueta de um produto e ver como essa peça foi usada nos conjuntos criados on-line por outras compradoras.
As seleções e as recomendações de produtos criadas por
usuários, combinadas ao acesso
via celular, construíram uma
comunidade de clientes, o que
deve elevar as vendas, prevê
Thomas. "Estamos em estágio
inicial, mas essa será a onda do
futuro no varejo de moda."
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