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Carrefour entra no crescente varejo on-line
Rede francesa é a última dos grandes grupos varejistas a estrear no comércio via internet, que movimenta mais de R$ 10 bi no país
Desde 2001, as vendas dos sites de varejo registram crescimento de 2.080%, ante 293% das lojas
de comércio tradicional
JULIO WIZIACK
MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
Último grande varejista a
lançar um site de e-commerce,
o Carrefour estreou ontem na
web com a meta de entrar para
o time dos cinco maiores até o
final de 2011. Se isso ocorrer, a
líder Americanas deve perder
ainda mais participação de
mercado.
A Folha apurou que, antes
da entrada de Casas Bahia e
Walmart na internet, a B2W
(Americanas.com) detinha
45% das vendas totais. Hoje,
ela possui 35%. Apesar de a
competição entre os principais
grupos varejistas ter aumentado, o volume de vendas tem
crescido sem parar.
Há quatro anos, as vendas
on-line representavam 1% do
comércio tradicional (nas lojas
do mundo real). Hoje, respondem por 3%. Nos Estados Unidos, esse índice é de 7%.
O Carrefour investiu R$ 50
milhões para lançar o seu portal de compras. O presidente
do Carrefour, Jean Marc Pueyo, reconhece que a empresa
chegou tarde, mas diz que
aprendeu com os erros e acertos dos concorrentes. "Vamos
oferecer mais informação sobre produtos e também serviços, como instalação técnica,
manutenção e help desk para
aparelhos de informática."
A rede também aposta no
modelo de financiamento para
atrair o consumidor. Por meio
do cartão Carrefour -que conta com 10,5 milhões de clientes
cadastrados- a rede vai vender
em até 24 vezes sem juros.
Esta é a primeira plataforma
de e-commerce do Carrefour
fora da Europa e deve servir de
modelo para outros países.
O Carrefour não revela metas de faturamento para o site,
que fará entregas em todo o
país. O site nasce com uma
oferta de 15 mil produtos, número que deve crescer para 80
mil itens até o fim do ano.
A e-Bit, principal consultoria
do mercado on-line, estima
que o varejo on-line tenha movimentado R$ 10,5 bilhões em
2009, um crescimento de 64%
em relação a 2007, último dado
disponível.
Fôlego
Considerando o crescimento
desse segmento desde 2001,
quando as vendas on-line começaram a ganhar fôlego no
país, o índice acumulado é de
2.080%, ante 293% do varejo
tradicional, que somou cerca de
R$ 600 bilhões em receitas em
2009. O número não considera
transações envolvendo itens
não comercializados via internet, como combustíveis.
Para Pedro Guasti, presidente da e-Bit, estar presente na internet hoje é fundamental para
qualquer rede varejista. "Não
existe mais competição entre
lojas físicas e virtuais", diz. "São
operações complementares."
O site das Casas Bahia entrou
no ar em fevereiro de 2009 e
responde por 1,5% das receitas
da empresa. Mas a recente fusão com o Pão de Açúcar criou
um gigante do varejo virtual,
reunindo em uma mesma empresa a Nova PontoCom, o varejo virtual de Casas Bahia, Extra e Ponto Frio. A meta é faturar R$ 2 bilhões neste ano.
No Magazine Luiza, que entrou na internet em setembro
de 2008, as vendas virtuais representam 11% do faturamento. Para a Americanas, o varejo
eletrônico é ainda mais relevante. Desde o final de 2008, a
B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime) representa
cerca de 40% da receita.
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