São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2010

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Carrefour entra no crescente varejo on-line

Rede francesa é a última dos grandes grupos varejistas a estrear no comércio via internet, que movimenta mais de R$ 10 bi no país

Desde 2001, as vendas dos sites de varejo registram crescimento de 2.080%, ante 293% das lojas de comércio tradicional

JULIO WIZIACK
MARIANA BARBOSA

DA REPORTAGEM LOCAL

Último grande varejista a lançar um site de e-commerce, o Carrefour estreou ontem na web com a meta de entrar para o time dos cinco maiores até o final de 2011. Se isso ocorrer, a líder Americanas deve perder ainda mais participação de mercado.
A Folha apurou que, antes da entrada de Casas Bahia e Walmart na internet, a B2W (Americanas.com) detinha 45% das vendas totais. Hoje, ela possui 35%. Apesar de a competição entre os principais grupos varejistas ter aumentado, o volume de vendas tem crescido sem parar.
Há quatro anos, as vendas on-line representavam 1% do comércio tradicional (nas lojas do mundo real). Hoje, respondem por 3%. Nos Estados Unidos, esse índice é de 7%.
O Carrefour investiu R$ 50 milhões para lançar o seu portal de compras. O presidente do Carrefour, Jean Marc Pueyo, reconhece que a empresa chegou tarde, mas diz que aprendeu com os erros e acertos dos concorrentes. "Vamos oferecer mais informação sobre produtos e também serviços, como instalação técnica, manutenção e help desk para aparelhos de informática."
A rede também aposta no modelo de financiamento para atrair o consumidor. Por meio do cartão Carrefour -que conta com 10,5 milhões de clientes cadastrados- a rede vai vender em até 24 vezes sem juros.
Esta é a primeira plataforma de e-commerce do Carrefour fora da Europa e deve servir de modelo para outros países.
O Carrefour não revela metas de faturamento para o site, que fará entregas em todo o país. O site nasce com uma oferta de 15 mil produtos, número que deve crescer para 80 mil itens até o fim do ano.
A e-Bit, principal consultoria do mercado on-line, estima que o varejo on-line tenha movimentado R$ 10,5 bilhões em 2009, um crescimento de 64% em relação a 2007, último dado disponível.

Fôlego
Considerando o crescimento desse segmento desde 2001, quando as vendas on-line começaram a ganhar fôlego no país, o índice acumulado é de 2.080%, ante 293% do varejo tradicional, que somou cerca de R$ 600 bilhões em receitas em 2009. O número não considera transações envolvendo itens não comercializados via internet, como combustíveis.
Para Pedro Guasti, presidente da e-Bit, estar presente na internet hoje é fundamental para qualquer rede varejista. "Não existe mais competição entre lojas físicas e virtuais", diz. "São operações complementares."
O site das Casas Bahia entrou no ar em fevereiro de 2009 e responde por 1,5% das receitas da empresa. Mas a recente fusão com o Pão de Açúcar criou um gigante do varejo virtual, reunindo em uma mesma empresa a Nova PontoCom, o varejo virtual de Casas Bahia, Extra e Ponto Frio. A meta é faturar R$ 2 bilhões neste ano.
No Magazine Luiza, que entrou na internet em setembro de 2008, as vendas virtuais representam 11% do faturamento. Para a Americanas, o varejo eletrônico é ainda mais relevante. Desde o final de 2008, a B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime) representa cerca de 40% da receita.


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