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APERTO
Diretor do FMI pede o apoio de banqueiros internacionais ao programa de ajuste do Brasil
Camdessus defende política monetária "boa e sólida" no país
ISABEL VERSIANI
enviada especial a Washington
O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Michel Camdessus, defendeu ontem
que o Brasil adote uma política
monetária "boa e sólida" e encorajou banqueiros internacionais a
apoiar o programa de ajuste brasileiro.
Ele afirmou que os detalhes completos do novo acordo acertado
entre o governo e a instituição só
serão anunciados em meados de
março.
Até o final desta semana, segundo a Folha apurou, serão divulgadas as linhas gerais do acordo: as
metas principais a ser cumpridas
pelo Brasil para receber a ajuda internacional de US$ 41,5 bilhões.
Camdessus disse que a divulgação completa do acordo será feita
por ocasião da reunião anual do
Banco Interamericano de Desenvolvimento, que ocorrerá nos próximos dias 15, 16 e 17.
Ao participar da conferência
anual do IIB (Instituto de Banqueiros Internacionais), Camdessus
disse que o novo presidente do
Banco Central, Armínio Fraga, estaria determinado a aplicar uma
política monetária sólida para
conter os níveis de inflação.
"Essa é a única política monetária compatível com uma rápida e
sustentável redução dos juros."
O diretor-gerente do Fundo voltou a afirmar que o mercado internacional pode esperar, para os
próximos dias, "notícias boas" sobre o Brasil.
Os dados econômicos contidos
no acordo original, fechado quando o câmbio no Brasil ainda era
operado no sistema de bandas, estão sendo revistos dentro do novo
cenário de dólar flutuante. Uma
equipe brasileira está em Washington trabalhando nessa revisão
desde o último dia 15.
Camdessus disse que tem estado
em contato próximo com o presidente Fernando Henrique. "Ele está determinado a superar a crise."
Dirigindo-se à platéia do seminário, Camdessus afirmou que os
banqueiros internacionais ficarão
"felizes" em apoiar o programa
econômico brasileiro.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e
chefe da missão do governo que está em Washington, Amaury Bier,
seria um dos palestrantes na conferência do IIB ontem.
Bier, que falaria sobre os esforços
para restaurar a estabilidade financeira no Brasil, cancelou sua participação na semana passada.
O secretário-assistente de Relações Internacionais do Tesouro
Americano, Edwin Truman, que
também participou do seminário,
disse que a situação do Brasil exige
"paciência, perseverança e perspectiva".
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