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MERCADO ABERTO
Ciclo de expansão é o maior em 15 anos
O atual ciclo de crescimento
do PIB, iniciado no segundo
semestre de 2003, já é o mais
longo dos últimos 15 anos e
pode se tornar o mais extenso em
25 anos até meados de 2007. A
avaliação é da equipe econômica
do Credit Suisse no Brasil.
A fase vigente de crescimento
já chega a dez trimestres de duração, extensão alcançada pela última vez entre o final de 1992 e o
início de 1995. Para datar os ciclos de expansão, o banco definiu
"recessão" como dois trimestres
seguidos de queda do PIB.
Em comparação com ciclos anteriores mais recentes, o atual
tem características que o diferenciam, aponta o Credit Suisse. Em
relação ao de 1992-95, por exemplo, a fase vigente apresenta crescimento mais moderado e pouco
disseminado entre os setores industriais, além de uma inflação
trimestral muito mais baixa.
A difusão da expansão entre setores da indústria tem sido de
58,1% no atual ciclo de crescimento, abaixo, portanto, dos
61,6% registrados no período entre 1992-95. Na mesma comparação, a inflação média trimestral
(medida pelo IPCA) tem sido
atualmente de 1,4%, contra
78,6% na década passada.
O banco avalia ainda que começa a se desenhar uma mudança no "motor" do crescimento do
atual ciclo. Se as exportações e,
em seguida, a formação bruta de
capital fixo (investimento) impulsionaram a expansão desde
2003, agora será a vez de a demanda doméstica servir como
alavanca para a economia.
Esse cenário já pôde ser visto
na segunda metade do atual ciclo: o ritmo de alta das exportações foi de 12,8%, ante 21,1% nos
cinco semestres iniciais. Nessa
comparação, a variação do investimento passou de 21% para uma
queda de 1,2%, enquanto o consumo das famílias "sofreu" menos e caiu de 5,9% para 4,1%.
BRASIL SIMPLES
A Fecomercio SP apresenta
amanhã o estudo "Simplificando
o Brasil", da Fipe, que faz um
diagnóstico do país e apresenta
soluções para negócios. Segundo
a entidade, o estudo mostra que
a reforma tributária sem corte de
gastos foi um erro. Ela diz que a
reformulação do sistema de impostos só seria eficaz se realizada
de cinco a oito anos após um
choque de gestão na administração e da reforma da Previdência.
As sugestões serão entregues aos
"presidenciáveis" pelo presidente da entidade, Abram Szajman.
LIGAÇÃO DIRETA
A pouco mais de dois meses da
Copa do Mundo, o volume de
chamadas para a Alemanha já
aumentou 26%. Com base no índice, a Telefônica lançou um plano para intensificar o monitoramento do tráfego de voz e IP e reforçar a equipe de plantonistas
em seu Centro de Operação de
Supervisão. Na Copa de 2002
(Coréia do Sul e Japão), no dia da
final entre Brasil e Alemanha, o
volume de chamadas chegou a
crescer 13 vezes em comparação
aos fins de semana sem jogos,
com picos ao fim da partida.
EMBARGO NA PAUTA
O governo brasileiro enviou
um documento à Embaixada da
Rússia para servir como pauta
das reuniões desta semana, durante a visita ao país do primeiro-ministro russo, Mikhail Fradkov. Com o título "Abertura do
Mercado de Exportações de Carne", o texto enviado pelo Ministério do Desenvolvimento busca
convencer os russos a anunciar o
fim do embargo às compras de
carne brasileira, suspensas desde
a descoberta de focos de febre aftosa, no fim de 2005. O principal
argumento do relatório são os
mercados para os quais o país
ainda exporta, tanto carne de
frango (91 países) como bovina
(70 países) e suína (32 países).
Hotel devolve luxo ao Guarujá
Caminham rapidamente as
obras do Sofitel Jequitimar,
empreendimento misto, com
hotel e "long stay"-casas
com serviço hoteleiro-, do
grupo Silvio Santos em parceria com a rede francesa Accor
na praia de Pernambuco. Segundo os empreendedores, a
construção promete devolver
o luxo à praia do Guarujá até
dezembro deste ano, quando
começa a operação.
Com investimentos de
R$ 150 milhões (sendo R$ 40
milhões financiados pelo
BNDES), a obra deve levar turistas da classe alta a seu spa
de beleza e relaxamento.
"A praia será o que foi nos
anos 40, sofisticada, na moda,
um local onde as pessoas gostam de ver e serem vistas", diz
Paulo Salvador, diretor de
marketing e vendas da Accor
Brasil e América do Sul.
O hotel, que já tem 70% da
construção concluída, é formado por 305 unidades, com
até 160 m2 de área. Das 36 casas do condomínio, apenas
três não foram vendidas -estão em reserva técnica. Custam cerca de R$ 1 milhão.
Para Zegna, "país tem lojas incríveis"
Em breve visita a São Paulo,
o empresário italiano Paolo
Zegna, que preside a marca
de luxo italiana Ermenegildo
Zegna e o Sistema di Moda
Italia (federação do setor do
país), falou sobre o mercado
de luxo brasileiro e deu uma
receita para a elegância. Leia
trechos a seguir.
Folha - Como o sr. avalia o
mercado brasileiro?
Paolo Zegna - Nós acreditamos que o Brasil será um dos
principais "players" na América Latina e mesmo em
comparação a outros continentes em poucos anos.
Folha - E o mercado de luxo?
Zegna - O mercado brasileiro é feito de pessoas que gostam de coisas bonitas, de
qualidade. Quanto mais dinheiro tiverem, mais espaço
terá para a alta moda e o luxo.
Folha - O sr. vê isso acontecer aqui no Brasil?
Zegna - Sim, definitivamente. A realidade comercial do
país é a da abertura rápida de
lojas incríveis e luxuosas que
não existiam há dez anos.
Folha - A Ermenegildo tem
negócios com a Daslu...
Zegna - Eles estão comprando nossas roupas.
Folha - Ouviu falar dos problemas que a loja enfrentou?
Zegna - Sim, ouvi. Eu acredito que eles vão encontrar
uma solução para o problema. É algo que a família Daslu tem de superar. E conseguirão. Eles são boas pessoas,
muito bons negociantes.
Folha - O sr. nunca teve problemas com a Daslu?
Zegna - Não. Nós sentimos
muito pelo que eles estão
passando, mas confiamos
que sairão dessa em breve.
Folha - O sr. tem informações sobre produtos pirata?
Zegna - Não especificamente no seu país. Nós temos um
escritório especializado em
propriedade intelectual.
Folha - Qual é a receita do
homem elegante?
Zegna - Você pode ser elegante de diferentes maneiras.
Gosto de pensar que a elegância é a interpretação da
personalidade.
Folha - A elegância não está
ligada a roupas caras?
Zegna - As pessoas que só
compram sob influência de
anúncios e acreditam que
têm que seguir tendências raramente são elegantes.
DESEQUILÍBRIO MENOR
A presença feminina em cargos
de comando no Brasil chegou a
crescer mais de 100% em determinadas funções na última década,
revela pesquisa recém-concluída
por Thomas A. Case. O levantamento, a partir de uma base de
dados com 134 mil empresas e
409 mil executivos no país, mostrou que o aumento da participação feminina foi generalizado. Em
cargos de coordenador(a), a presença saltou de 27,4% no biênio
1994/95 para 50% em 2005/06.
No caso de presidentes e CEOs, a
participação de mulheres passou
de 8,1% para 20,2% nos mesmos
períodos de comparação, ou seja,
um crescimento de 149%.
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