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BNDES concede linha de crédito recorde para a Vale
Montante de R$ 7,3 bi poderá ser usado até 2012
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou a concessão de um limite de crédito no
valor de R$ 7,3 bilhões para a
Vale. Segundo o BNDES, o
montante representa o maior
financiamento já concedido a
um único grupo econômico.
Na prática, o limite de crédito
funciona como uma espécie de
cheque especial para financiar
os projetos de investimentos da
Vale, que somam US$ 59 bilhões de 2008 a 2012. Desse total, US$ 44 bilhões serão aplicados em projetos no país. A lista
entregue pela Vale ao banco inclui 18 projetos.
O valor da linha de crédito representa 9,12% do financiamento do BNDES previsto para
este ano, de R$ 80 bilhões. Segundo Fabio Barbosa, diretor
financeiro da Vale, os recursos
não serão utilizados integralmente neste ano, mas, sim, de
acordo com o plano de investimentos da empresa.
Um dos principais projetos
que devem contar com os recursos é o de Serra Sul, com
produção de 60 milhões a 70
milhões de toneladas de minério de ferro por ano no Pará,
com investimentos de US$ 10
bilhões. A duplicação da Alunorte e a expansão da Ferrovia
de Carajás também devem usar
parte dos recursos dos bancos.
Segundo o BNDES, os projetos financiados deverão ser
executados exclusivamente no
Brasil. A Vale tem cinco anos
para usar os recursos e prazo de
pagamento de dez anos. A composição do empréstimo é de
80% de acordo com a variação
do dólar e 20% de acordo com a
TJLP (Taxa de Juros de Longo
Prazo), hoje em 6,25% ao ano.
Até então, sete empresas já
haviam conseguido obter limites de crédito com o BNDES. Os
maiores montantes foram concedidos ao grupo Gerdau (R$
900 milhões) e à Usiminas,
também de R$ 900 milhões. A
linha de crédito da Vale representa uma alta de 711,1% em relação aos valores anteriores.
"É realmente uma linha
grande quando comparada às
operações, mas faz jus ao tamanho do programa de investimentos da Vale", disse o presidente do BNDES, Luciano
Coutinho. Segundo ele, já há
outros grupos interessados em
obter o mesmo tipo de financiamento.
Na prática, o limite de crédito
deve significar maior agilidade
na concessão de empréstimos.
Segundo Coutinho, conhecendo o programa de investimento
da companhia, não será necessário analisar em detalhe, caso
a caso, projetos específicos que
representam aquilo que a empresa normalmente já faz. Projetos mais complexos, ainda assim, terão de ser examinados.
O presidente da Vale, Roger
Agnelli, negou a relação da obtenção da linha com a crise de
liquidez no mercado financeiro. "Zero de relação", afirmou.
Segundo ele, o empréstimo está
relacionado aos projetos de
crescimento orgânico da empresa. A Vale ainda está buscando recursos no exterior. Segundo Barbosa, o limite de crédito da Vale representa o principal ponto do plano de captação da empresa neste ano.
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