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NEGÓCIOS
Empresa anuncia hoje aquisição de 38% da maior cervejaria argentina
AmBev compra parte da Quilmes
DA REDAÇÃO
A AmBev anuncia hoje a aquisição de parte da maior cervejaria
argentina, a Quilmes. Segundo a
Folha apurou, o maior fabricante
brasileiro de cervejas deve adquirir cerca de 38% do controle acionário da empresa argentina.
Ao menos parte da transação
deve ser realizada por meio da
troca de ativos: os brasileiros cederiam instalações industriais na
Argentina em troca de ações. As
empresas chamam o negócio de
"associação estratégica".
As empresas não falam em valores, mas o negócio deve movimentar cerca de US$ 400 milhões
(R$ 945 milhões). Na sua edição
de anteontem, o jornal argentino
"Buenos Aires Económico" afirmava que a AmBev teria oferecido o equivalente a US$ 500 milhões (R$ 1,18 bilhão) por 49% do
controle da Quilmes, com opção
de aumentar a participação na
empresa no prazo de cinco anos.
Ainda segundo o diário econômico argentino, a primeira investida da empresa brasileira visava
ao controle total do capital da
Quilmes, pelo qual teria oferecido
US$ 1,5 bilhão. A proposta foi recusada pela família proprietária,
os Bemberg, no último trimestre
do ano passado.
Segundo analistas do mercado,
a holandesa Heineken, terceira
maior cervejaria do mundo, teria
disputado uma fatia da Quilmes
com a AmBev. Os holandeses têm
15% do capital da Quilmes.
Expansão na América do Sul
A AmBev é a quarta maior fabricante de cervejas do mundo e detém as marcas Antarctica, Brahma e Skol, com as quais controla
cerca de 69% do mercado brasileiro. Também atua no Uruguai,
no Paraguai e na Venezuela.
A Quilmes domina cerca de
70% do mercado da Argentina e
também lidera o setor na Bolívia,
no Paraguai e no Uruguai. Além
disso, é proprietária das duas
maiores engarrafadoras de Pepsi
na Argentina. No final de 2001, a
AmBev e a Pepsi fecharam um
acordo para a distribuição dos
produtos com a marca Gatorade
no Brasil. A Pepsi distribui o guaraná Antarctica em Portugal.
Dívidas
A investida da AmBev na Quilmes vai na contramão das tendências de investimento na Argentina. Muitas grandes empresas têm cancelado investimentos
ou mesmo encerrado seus negócios no país, que vive sua pior crise econômica e seu quarto ano de
recessão.
"O caso da Quilmes é diferente
em relação ao de outras empresas
argentinas. Embora a vida não esteja fácil para eles no momento, a
empresa não está indo à falência",
disse Ben Laidler, estrategista do
banco UBS Warburg, à agência de
notícias Reuters. "A Quilmes não
tem muitas dívidas, está com uma
boa geração de caixa e seus acionistas estão bem financeiramente", avalia.
Apesar da boa opinião do analista, no momento a Quilmes enfrenta uma delicada renegociação
de sua dívida com bancos, de
mais de US$ 300 milhões. Como a
maioria das empresas do país, a
firma teve de renegociar seus débitos devido à desvalorização do
peso. Antes do fim do câmbio fixo, a empresa faturava cerca de
US$ 900 milhões por ano, valor
no momento reduzido a um terço, segundo o câmbio desta semana na Argentina (cerca de US$ 3
por peso).
Com agências internacionais
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