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TRABALHO
Central faz dez eventos com participação de até 6 mil pessoas em cada um e monta "parques infantis" em manifestações
CUT reúne pouca gente em "evento família"
ADRIANA MATTOS
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um orçamento seis vezes
menor que o da Força Sindical, a
CUT (Central Única dos Trabalhadores) descentralizou suas festas de 1º de maio em São Paulo para não concorrer de forma direta
com o megaevento da central adversária. Reuniu muito menos
gente e teve muito mais discursos
políticos na tentativa de criar um
"evento família". Em vez de um
único ato, como o da Força, que
reuniu cerca de 1,5 milhão de pessoas, a CUT espalhou seus festejos
em sete regiões da capital, além de
Santo André, Osasco e Guarulhos.
Entre 3.000 e 6.000 pessoas estiveram em cada um dos eventos,
segundo a PM. A CUT divulgou
um balanço em que contabilizou
156 mil no total. Em todos os atos,
seguiu-se a mesma estrutura: um
show, permeado com discurso de
sindicalistas e de políticos do PT,
entre eles o candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
Para comparecer aos atos, Lula,
José Dirceu e o deputado federal
José Genoino se deslocaram de
helicóptero -o aluguel custou R$
4,5 mil e foi pago pela central. No
total, segundo a CUT, foram gastos nos festejos R$ 400 mil. A Força Sindical gastou R$ 2,5 milhões.
Os sindicalistas ligados à CUT
negaram que a estratégia de descentralizar eventos fosse forma de
se esquivar das comparações com
o show da rival. ""Somos contra
essa pirotecnia, com artista da
Globo, convênio com empresário
para sortear carro. O 1º de Maio é
dia de reflexão. A Força, com suas
negociatas, deturpa o sentido da
data", disse Antonio Carlos Spis,
presidente da CUT-SP.
"Não concordo com essa história de dar tíquete-motel", afirmou
o sindicalista Luiz Marinho. "Vamos fazer um evento para a família", disse. Pensando nisso, pela
primeira vez, a CUT espalhou
brinquedos no local onde ocorreu
o ato em Santo André (SP).
Em Campo Limpo, periferia de
São Paulo, o ato reuniu cerca de
6.000 pessoas, segundo a PM, e 10
mil, na estimativa de Spis. Entre
os shows, muitos de músicos pouco conhecidos, ocorreram interrupções para discursos de lideranças da CUT, de Lula e Genoino, pré-candidato ao governo
paulista. De modo geral, os sindicalistas defenderam mudanças na
política econômica sem mexer
em direitos como férias e licença
maternidade.
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