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RIQUEZA AMERICANA
Para O'Neill, secretário do Tesouro, cotação fica a cargo do mercado, e déficit na balança não assusta
EUA descartam intervenção no dólar forte
DA REDAÇÃO
Os EUA não farão nada para
desvalorizar o dólar forte, apesar
da crescente pressão dos exportadores, afirmou ontem o secretário
do Tesouro, Paul O'Neill. Além
disso, para o secretário, que equivale ao ministro brasileiro da Fazenda, os riscos do déficit na conta corrente do país estão sendo
exagerados.
Mas o secretário também não
deu sinais de que tomará medidas
para segurar uma queda no valor
na moeda, deixando que a cotação seja estabelecida pelo mercado. Com isso, o euro chegou a ser
negociado no maior valor dos últimos seis meses (US$ 0,9086).
O'Neill compareceu ontem à
Comissão Bancária do Senado
norte-americano para responder
ao lobby das companhias do país
em favor de um dólar mais fraco.
O secretário fez uma análise otimista sobre situação econômica
do país e disse que a atividade "já
recuperou seu passo". No ano
passado, os EUA entraram em
sua primeira recessão desde 1991.
Tradicionalmente os norte-americanos convivem com déficits nas suas transações comerciais feitas com o exterior. Mas,
enquanto nos anos 90 o saldo negativo girava em torno de 1,5% do
PIB (Produto Interno Bruto), hoje
essa proporção é de 4%.
Diversos organismos internacionais e até mesmo o presidente
do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos), Alan
Greenspan, já alertaram para os
eventuais riscos de se manter um
déficit desse tamanho por um período prolongado.
Segundo Greenspan, o saldo negativo pode minar a poupança interna do país. O FMI (Fundo Monetário Internacional), em um relatório recente, disse que o dólar
pode passar por uma depreciação, provocando um forte ajuste
nos mercados financeiros e desestabilizando o comércio global.
Mas, no entender de O'Neill,
não há nada de errado com o desequilíbrio no balanço de pagamentos. Para o secretário, o déficit reflete o interesse dos investidores de outros países em colocar dinheiro nos EUA.
Com o dólar valorizado em relação às principais moedas, os consumidores têm à disposição um infinidade de produtos de diversos lugares do mundo, o que ajuda a conter a inflação. A moeda forte também atrai bilhões em investimentos internacionais.
"Não há nenhuma intenção de
amparar aqueles que imaginam
que haverá uma mudança na política", afirmou O'Neill. "Tenho
dúvidas sobre a eficácia de uma
intervenção."
Com agências internacionais
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