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Big Mac aponta fraqueza de moedas da AL
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde a estabilização econômica na América Latina, as moedas
dos principais países da região
nunca estiveram tão subvalorizadas ante o dólar como nos últimos
meses. Com exceção do México,
onde o peso tem se recuperado, as
moedas de Brasil, Chile e Argentina apresentam, respectivamente,
desvalorizações de 38%, 14% e
68% em relação ao dólar.
A moeda norte-americana, por
sua vez, continua extremamente
forte diante das de outros países.
As conclusões são baseadas em
um indicador publicado há 16
anos pela revista inglesa "The
Economist" e cuja última edição
acaba de ser divulgada.
O chamado "índice Big Mac"
estabelece que a taxa de câmbio
-o sanduíche- teria o mesmo
preço em diferentes países nos
quais é produzido. Comparando
esse valor fictício com o preço real
do Big Mac, é possível concluir se
as moedas estão sub ou sobrevalorizadas em relação ao dólar.
No caso do Brasil, por exemplo,
o real vem, crescentemente, perdendo terreno ante o dólar desde
1999, depois da desvalorização.
Em abril daquele ano, por exemplo, a moeda brasileira estava
30% subvalorizada em relação ao
dólar. Hoje, esse número chega a
38%, depois de ter batido 40% em
dezembro do ano passado.
Tamanha desvalorização indica
que o real nunca esteve tão competitivo em relação ao dólar. No
entanto, segundo economistas, isso ainda não ajudou a impulsionar as exportações brasileiras.
"O Brasil continua tendo dificuldade de acesso a outros mercados", diz o economista Carlos
Langoni, diretor do Centro de Estudos Internacionais da FGV.
Segundo Langoni, atualmente,
mais do que uma taxa de câmbio
competitiva, os países precisam
costurar acordos comerciais para
conseguir conquistar mercados
importadores para seus produtos.
O caso do México, segundo
Langoni, é exemplo cabal da importância dos acordos comerciais. Em 98, o peso mexicano estava 18% desvalorizado ante o dólar. Mas o incremento das exportações do país -que faz parte de
uma área de livre comércio com
Canadá e EUA- levou à recuperação da moeda, que está hoje
com desvalorização de só 5%.
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